Um avião da Força Aérea da Jordânia lançou quinta-feira um carregamento de ajuda médica urgente para o hospital de campanha deste reino na Faixa de Gaza, na terceira operação deste género e enquanto se aproxima o final da trégua.
A agência de notícias estatal jordana Petra adiantou que esta operação foi realizada para “desenvolver as capacidades do hospital e fornecer serviços de saúde” aos feridos, numa altura em que quase todos os hospitais da Faixa de Gaza foram encerrados.
O hospital de campanha da Jordânia, estabelecido em 2009 no bairro de Al Rimal, no norte da cidade de Gaza, continua a funcionar “apesar das difíceis condições que atravessa como resultado dos bombardeamentos israelitas”, referiu fonte militar citada pela Petra.
Esta é a terceira operação deste género executada pela Jordânia, depois do envio em 06 e 11 de novembro em ações consentidas e coordenadas com Israel.
O lançamento da ajuda médica urgente ocorre também poucas horas antes de expirar a trégua entre o grupo islamita palestiniano Hamas e Israel em Gaza. O acordo foi prorrogado hoje às primeiras horas da manhã, até às 07:00 de sexta-feira (05:00 em Lisboa), a poucos minutos de terminar o prazo para o fim da trégua.
Esta trégua humanitária temporária está a permitir a troca de reféns detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas e o aumento da chegada de ajuda humanitária a toda a Faixa de Gaza,
Também hoje, o rei Abdullah II da Jordânia reuniu-se com altos funcionários de agências das Nações Unidas, do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e de outras organizações não-governamentais (ONG) para explorar mecanismos alternativos de entrega de ajuda à Faixa.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, 5.000 feridos e cerca de 240 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 55.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 15.000 mortos, na maioria civis, e mais de 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, 240 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou em ataques perpetrados por colonos.
NR/Lusa
0 Comments