Centro Académico Clínico Egas Moniz lança estudos clínicos descentralizados

28 de Dezembro 2023

O Centro Académico Clínico Egas Moniz, que engloba três centros hospitalares e 300 centros de saúde, está a implementar estudos clínicos descentralizados nos cuidados de saúde primários e em casa dos pacientes, foi esta quinta-feira descrito à Lusa.

“Em setembro foi criada uma unidade de investigação que se dedica em exclusivo aos ensaios clínicos descentralizados ou ensaios clínicos com baixa intervenção. Este tipo de estudos pretende ser mais inclusivo. Pretende incluir o doente real e com isso determinar a verdadeira efetividade”, referiu o vice-presidente do Centro Académico Clínico – Egas Moniz Health Aliance, Firmino Machado.

O responsável explicou as vantagens destes estudos que fogem à regra habitual de ensaios clínicos realizados nos hospitais com doentes “híper selecionados e muito monitorizados”.

O Centro Académico Clínico – Egas Moniz, entidade criada para promover investigação, formação e assistência, engloba os centros hospitalares de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), de Entre Douro e Vouga (Santa Maria da Feira) e o de Baixo Vouga (Aveiro), bem como agrupamentos de centros de saúde deste território.

Neste projeto “pioneiro em Portugal” vão participar 151 profissionais, sobretudo enfermeiros e médicos de família.

Em declarações à agência Lusa, o também assessor do conselho de administração do CHVNG/E para a área da investigação clínica avançou que depois do arranque do projeto em setembro, com formação e treino de profissionais, o primeiro ensaio deverá ter início em janeiro ou fevereiro.

“Depois contamos realizar um por mês e dobrar este número no ano seguinte”, acrescentou.

Firmino Machado destacou como vantagens para os utentes o facto de quem participa aceder mais cedo a inovação terapêutica, tendo, à partida, acesso ao medicamento de forma gratuita.

“E os doentes sentem que é útil a sua contribuição, porque estão a contribuir para inovação científica”, referiu, somando outras vantagens para os profissionais e organizações envolvidas.

Os ensaios podem decorrer nos centros de saúde ou em casa do paciente, ou de forma combinada.

“Queremos estar o mais próximo possível da vida real e não do cenário de laboratório”, resumiu Firmino Machado.

As áreas destes ensaios clínicos descentralizados serão essencialmente o desenvolvimento de vacinas, bem como estudos em utentes com doenças cardiovasculares, doenças metabólicas e doença respiratória.

Em causa estão patologias prevalentes na comunidade, particularmente nas suas formas menos severas e complexas.

Pretende-se que este tipo de estudos esteja focado na determinação da efetividade de uma estratégia terapêutica.

LUSA/HN

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