Na sua intervenção no ato de lançamento da iniciativa, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse que outros objetivos passam por “dar visibilidade” à importância da saúde mental e desenvolver uma “forte consciência” social sobre esse problema.
“E para esses objetivos todos são importantes e relevantes em termos de papel e em termos de participação”, salientou o chefe do Governo, alertando para que não se fixe a saúde mental como um problema exclusivo do sistema de saúde.
O governante disse também que é preciso continuar as atuais ações no país relacionadas com o tema e estimular a relação dos cabo-verdianos com o meio ambiente, para além de se intensificar as campanhas de sensibilização junto da comunicação social e combater os estigmas sociais.
“Saúde Mental, prioridade e compromisso de todos” é o lema da iniciativa que, segundo o primeiro-ministro, pretende ainda ampliar e qualificar a rede de serviços de apoio em todo o território nacional.
Dados oficiais e citados pela ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, 1,7% da população adulta de Cabo Verde já tentou o suicídio e que 3,3% da população adulta “ponderou seriamente” o suicídio no último ano.
Daqueles que tentaram o suicídio, apenas 35% procuraram atendimento médico, evidenciando uma “lacuna significativa” nos serviços de apoio e no estigma associado à saúde mental, de acordo com os mesmos dados.
No que diz respeito ao comportamento aditivo, recordou que os dados revelam que 9,6% da população cabo-verdiana fuma tabaco e 45% consome álcool, sendo que a taxa de suicídio no país corresponde a quase uma morte por semana.
“Estes dados não são apenas números, são o reflexo das nossas lutas e desafios enquanto nação. É imperativo que abordemos estas questões com urgência e a serenidade que merecem, trabalhando coletivamente para melhorar a saúde mental e, por conseguinte, o desenvolvimento humano e económico de Cabo Verde”, pediu Filomena Gonçalves.
LUSA/HN
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