A ação de protesto, organizada pela comissão de utentes do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), no distrito de Lisboa, está agendada para as 11:00 de sábado, junto à entrada da unidade hospitalar, segundo referiu à Lusa Fernanda Santos, porta-voz deste movimento.
“Esta ação surge no seguimento não só destes encerramentos sistemáticos e parciais das urgências e deste escalar, no fim de semana, em que esteve encerrada de todo. A situação está a tornar-se incomportável”, sublinhou.
Fernanda Santos explicou que a ação de sábado será “pacífica e simbólica”, visando “alertar os utentes para os problemas que existem naquela unidade hospitalar.
“Vai ser uma ação mais simbólica do que propriamente enérgica. Vamos falar um pouco com as pessoas que possam, eventualmente, ali aparecer e explicar-lhes porque ali estamos e quais são as nossas preocupações”, apontou.
A porta-voz da comissão de utentes do HBA lamentou também a passividade do Governo nesta matéria, defendendo a necessidade de serem contratados mais profissionais de saúde.
“Falta de médicos. É a explicação que nós temos. Não compreendemos como é que não foram tomadas quaisquer medidas por parte do Governo para a contratação dos profissionais ou abertura de procedimentos. Por isso, resolvemos expressar-nos de uma forma mais veemente”, justificou.
Por seu turno, também contactado pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), lamentou os sucessivos encerramentos das urgências daquele hospital, mas manifestou-se confiante de que a situação poderá mudar com a nova reorganização do sistema de saúde.
“Associo-me às preocupações dos utentes do Beatriz Ângelo, enquanto munícipe e presidente da câmara, mas estou com expectativa em relação a esta nova reorganização no sistema de saúde, com a criação das novas Unidades Locais de Saúde”, apontou.
Segundo sublinhou Ricardo Leão, o novo modelo “vai criar mais autonomia ao gestor hospitalar, facilitando a contração de novos profissionais de saúde”.
“Espero que com essa maior autonomia e com novas pessoas se possa encontrar uma solução. Estou expectante. Os resultados do Beatriz Ângelo têm sido péssimos”, criticou.
O facto de algumas Unidades de Saúde Familiar (USF) de Loures passarem a tipologia B vai também permitir, segundo explicou o autarca, “maior autonomia” e “estímulo remuneratório”.
A Lusa contactou também fonte do Hospital Beatriz Ângelo, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.
O tempo médio de espera na urgência do HBA para um doente com pulseira laranja (muito urgente) era esta tarde de 18:07, estando nesta situação quatro pessoas, segundo dados consultados pela Lusa às 17:00.
Atualmente, o Hospital Beatriz Ângelo (HBA), que abriu portas em janeiro de 2012, serve os habitantes dos concelhos de Loures (excetuando os de Sacavém, Prior Velho, Moscavide, Portela, Bobadela, São João da Talha e Santa Iria da Azoia), Odivelas (excetuando a Pontinha), Mafra e Sobral de Monte Agraço.
LUSA/HN
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