Associação aposta em novas valências no apoio às pessoas cegas nos Açores

15 de Março 2024

A Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) nos Açores assinala no sábado o 29.º aniversário, com uma aposta em novas valências em São Miguel, incluindo o transporte para consultas médicas e o treino de atividades diárias.

“Esse transporte foi algo por que batalhámos muito. Já temos uma carrinha elétrica. A 28 de outubro de 2023 assinámos a resposta com o Governo Regional e a 01 de março abriu a valência”, revelou hoje à agência Lusa o coordenador regional da ACAPO, Diogo Costa.

O novo serviço pode ser também solicitado para deslocações às instalações da associação.

Com cerca de 100 associados, a delegação da ACAPO está a introduzir melhorias nas suas instalações em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, para que possa disponibilizar o treino de atividades da vida diária e reabilitação, como lavar a loiça, a roupa ou fazer uma cama, com o intuito de proporcionar uma maior autonomia.

“De nada servem os serviços de reabilitação se nós não apostarmos na autonomia das pessoas. E é para isso que estamos a tentar que a delegação em São Miguel consiga ter infraestruturas e recursos humanos”, sublinhou Diogo Costa.

A delegação nos Açores está a tentar contratar um terapeuta ocupacional para apoio nestas questões de vida diária, como o uso da bengala na rua.

A ACAPO do arquipélago dispõe apenas da sua sede na ilha de São Miguel, tendo Diogo Costa sublinhado a necessidade de estender o apoio às restantes ilhas açorianas, através da criação de núcleos da associação.

“A inclusão das pessoas com deficiência visual nos Açores ocorre a duas velocidades. Temos, por um lado, os que residem em São Miguel, que estão a ter, e bem, o alargamento da capacidade de resposta. Mas, somos a delegação dos Açores e pretendemos alargar a resposta e o apoio às outras ilhas”, afirmou.

A associação defende ainda “um levantamento exaustivo” para aferir o número exato de pessoas com deficiência visual no arquipélago e assim “conseguir estruturar uma resposta para a população de todas as ilhas”.

“Estas pessoas precisam também de um acompanhamento. E vamos estudar a eventualidade de criar núcleos e sensibilizar o Governo [Regional] para esta questão”, sustentou.

O objetivo é que todas as pessoas cegas possam “dar um passo de gigante na vida e não sejam um peso morto na sociedade”.

Diogo Costa defendeu a importância de criar um departamento governamental para tratar apenas da inclusão das pessoas com deficiência, para que o grau de ação junto da população “não seja limitado”.

A delegação dos Açores da ACAPO assinala no sábado o seu 29.º aniversário com um evento comemorativo nas suas instalações, em Ponta Delgada, a partir das 14:30 locais (15:30 em Lisboa) onde será apresentada a equipa técnica e as novas valências.

LUSA/HN

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