O novo Governo liderado por Luís Montenegro foi apresentado hoje, confirmando alguns rumores ouvidos nos bastidores da Saúde. Nos últimos dias, Ana Paula Martins tinha sido apontada como uma das favoritas para suceder ao cargo até agora ocupado por Manuel Pizarro.
A ex-bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e antiga presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte torna-se agora a nova ministra da Saúde.
Sem surpresa para muitos, Ana Paula Martins passa a ser responsável pela pasta da Saúde até 2028, caso os sociais-democratas consigam garantir o mandato até ao fim da legislatura.
Durante a campanha eleitoral, a nova ministra falou ao HealthNews sobre as novas prioridades para a Saúde. Na altura, Ana Paula Martins garantiu que os recursos humanos era uma das principais preocupações da Aliança Democrática.
Em entrevista ao nosso jornal, a nova ministra afirmou que algumas das reformas implementadas pelo anterior Executivo no Serviço Nacional de Saúde iriam merecer uma nova apreciação, afastando qualquer questão ideológica.
“Quando falamos em transformação e reformas que precisam de ser feitas para que o SNS possa responder àquilo que é a procura, sobretudo na fase pós-pandemia, não estamos a querer dizer que não possa haver continuidade de algumas das políticas que demonstrem ou venham a demonstrar bons resultados”, reconheceu.
Entre as questões prioritárias para a Saúde, Ana Paula Martins sublinhou a implementação de um Plano de Emergência; a atribuição de médico e equipa de saúde familiar para todos os cidadãos; a avaliação da reintrodução das parcerias publico-privadas; a digitalização e reorganização do sistema de saúde.
Sobre o futuro da Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde, a nova responsável frisou que os sociais-democratas iriam olhar com atenção para o atual modelo.
“É preciso falar com a Direção Executiva e perceber quais são as perspetivas, os meios que dispõe e qual é o modelo de trabalho que prevê com os seus estatutos. Por outro lado, vai ter de se questionar a rede do SNS sobre como é que avalia o desempenho da própria Direção Executiva. Isto é muito importante. É preciso perguntar àqueles que estão à frente dos hospitais e dos centros de saúde se veem mais valor e se consideram que existem vantagens para o sistema”, afirmou.
Embora tivesse reconhecido a intenção “corrigir” algumas questões, Ana Paula Martins admitiu que “aquilo que estiver a funcionar bem é para continuar. Não nos podemos dar ao luxo de mudar o que está bem, mas também não podemos de manter o que está mal. Isso não é possível com a Aliança Democrática”.
No que toca ao novo modelo de Unidades Locais de Saúde, a posição de Ana Paula Martins sempre foi de discordância, tendo este sido um dos motivos que a levaram a apresentar a demissão como presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte.
Ana Paula Martins é Licenciada em Ciências Farmacêuticas (FFUL), Mestre em Epidemiologia (FCM-UNL) e Doutora em Farmácia Clínica (FFUL).
HN/VC
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