“Estamos preocupados, queremos avançar com um consultório para ajuda psicológica aos nossos imigrantes, porque a situação é muito instável”, disse o diretor da MCP, Carlos de Abreu.
Carlos de Abreu falava à agência Lusa na Ermita de Nossa Senhora de Coromoto e Fátima, sede da Missão Católica Portuguesa de Caracas, onde sublinhou que há instituições luso-venezuelanas a fazer “um trabalho extraordinário” a nível social, mas “falta a atenção psicológica”.
“Eles [os luso-venezuelanos] têm uma realidade percebida e assimilada, mas tudo tem mudado, é tão diferente e difícil, que é importante que recebam ajuda psicológica neste momento”, disse.
O sacerdote explicou que na Venezuela “nem todo o mundo é rico” e existem portugueses “no mundo do negócio e da economia que estão também a ter dificuldades”.
“Os empresários estão também a sofrer, mas são homens de muita fé e é essa fé que os impulsiona. Por isso, [apesar das dificuldades] os investimentos portugueses na Venezuela são importantíssimos para continuar a criar empregos para portugueses e venezuelanos. Continuam a investir, a arriscar o seu capital, [o esforço de] anos de trabalho, com essa fé de que a situação vai mudar”, salientou.
Carlos de Abreu referiu ainda que a Igreja “é humanidade” e tem a missão de “ajudar” os carenciados e, com a ajuda da comunidade portuguesa local, têm organizado algumas iniciativas, nomeadamente distribuído sapatos e brinquedos a crianças e jovens.
Emocionado, contou que “uma miúda ficou tão contente que queria guardar os sapatos para o dia da Comunhão Solene” e que só aceitou usá-los depois de lhe prometerem que conseguiria outro par para essa altura.
“Temos ajudado, mas é importante fazer muito mais”, insistiu, sublinhando que a igreja “está sempre de portas abertas para todos”.
Diretor da MCP há mais de dois anos e meio, Carlos de Abreu explicou ainda que, com a ajuda da comunidade portuguesa local, nos últimos tempos foram também feitos alguns trabalhos na Ermita de Nossa Senhora de Coromoto e Fátima.
“Restauramos todas as imagens [dos santos], revestimos e polimos o chão. Pintámos a igreja, reparámos infiltrações e as canalizações, os portões e a parte de fora e reforçámos a segurança”, adiantou, elogiando o “trabalho enorme e extraordinário” que a comunidade portuguesa tem realizado para a sua instituição.
LUSA/HN
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