15 mil assinam petição para reconhecimento de enfermagem como profissão de Alto Risco e de Desgaste Rápido

23 de Maio 2024

Petição do Sindicato dos Enfermeiros (SE) foi entregue na Assembleia da República com 15174 assinaturas validadas. Sindicato espera que “o Governo reconheça um direito justo para os enfermeiros”

O Sindicato dos Enfermeiros -SE entregou na Assembleia da República uma petição com mais de 15 mil assinaturas, exigindo o reconhecimento da Enfermagem como uma profissão de Alto Risco e Desgaste Rápido. Uma das reivindicações dos enfermeiros, com esta petição, é que lhes seja concedida a possibilidade de se aposentarem a partir dos 55 anos, como já sucede com várias outras profissões, informa a estrutura em comunicado enviado à nossa redação..

Depois de em 2023 ter entregado uma petição com mais de 30 mil assinaturas, a maior de sempre na área da Saúde, o Sindicato dos Enfermeiros espera que “finalmente o Governo e os deputados portugueses reconheçam todo o risco associado à nossa profissão e o desgaste constante a que estamos sujeitos no nosso dia a dia”, explica Pedro Costa, presidente do SE, citado na nota à imprensa.

Na legislatura passada, interrompida a meio com a demissão do primeiro-ministro, Pedro Costa recorda que “o Parlamento criou um grupo de trabalho para avaliar esta nossa reivindicação”. “A verdade é que durante cerca de cinco anos não se conheceu qualquer trabalho visível deste grupo nem as conclusões a que tenham eventualmente chegado e que deveriam ter sido entregues na Assembleia da República até dezembro de 2023”, recorda o sindicato, acrescenta.

Para Eduardo Bernardino, dirigente do Sindicato dos Enfermeiro e primeiro subscritor desta petição, “não faz sentido continuar a adiar mais esta decisão”. “Voltar a remeter o tema para um grupo de trabalho que estude a eventual aplicação desta medida a um conjunto de profissões é apenas mais uma desculpa para voltar a adiar esta matéria”, frisa.

A verdade é que, recorda Pedro Costa, “os enfermeiros estão sujeitos a uma pressão muito grande, exercem uma profissão com elevada complexidade e na qual têm de lidar de forma constante com a doença e até mesmo a morte, além de toda a dificuldade que é lidar com os doentes e a família em momentos de extrema fragilidade”. Adicionalmente, salienta o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, “é crescente o número de horas extraordinárias que os enfermeiros têm de fazer todos os meses, muitas vezes sem sequer conseguirem usufruir dos dias de descanso obrigatório por lei”.

“Pratica-se um horário de trabalho 24h/24h, sob a forma de turnos diurnos e noturnos, e com consequências físicas e emocionais”, sustenta o presidente do SE. Que recorda que “está comprovado, desde 2016, que um em cada cinco enfermeiros se sente em exaustão emocional, a qual se agravou ainda mais com a pandemia”.

“Os enfermeiros estão exaustos e desmotivados com toda uma exigência diária que não se reflete, desde logo, nas condições remuneratórias”, acrescenta Pedro Costa. O presidente do Sindicato dos Enfermeiros espera, por isso, que os deputados reconheçam a urgência de a enfermagem ser considerada uma profissão de alto risco e desgaste rápido, alterando, deste modo, a idade mínima da reforma, conclui

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