Sindicato Independente dos Médicos não assina protocolo negocial que exclui revisão salarial

24 de Maio 2024

O SIM não assinou o protocolo negocial apresentado pelo Governo esta manhã porque, segundo o secretário-geral, Nuno Rodrigues, não contempla a revisão da grelha salarial. "A paridade do poder de compra nem sequer foi atingida", por isso "é completamente incompreensível", disse o médico ao HealthNews.

“O Sindicato Independente dos Médicos, depois de 18 longos meses, chegou a um acordo intercalar com o Governo anterior, e a nossa expetativa era de que este Governo completasse esse acordo. No protocolo inicial, que nos foi entregue hoje, não está vertido isso, o que nós discordamos, contestamos e reclamamos”, disse aos jornalistas, à saída do Ministério da Saúde, Nuno Rodrigues.

Segundo Nuno Rodrigues, o Governo não exclui a possibilidade de um aumento salarial no próximo ano. O SIM esclareceu o seu ponto de vista relativamente à “necessidade absoluta de ter a grelha salarial como um dos pontos deste protocolo negocial, para que realmente se consiga chegar a acordo, para que se consiga fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde”.

A próxima reunião será a 21 de junho. Entretanto, o Governo responderá à contraproposta do SIM: incluir as grelhas salariais e a revisão do acordo coletivo de trabalho. “Portanto, infelizmente, não conseguimos hoje sair daqui com um protocolo negocial com os principais temas”, revelou Nuno Rodrigues, que alertou que “os médicos estão subvalorizados no seu trabalho” e isso tem que mudar.

“Neste momento, sem este protocolo negocial, nós não podemos ter mais expetativas. Portanto, neste momento, vamos navegar perante o que nos for dado concreto e por escrito e é nisso que vamos confiar”, referiu o secretário-geral.

“Entre 2015 e 2024, os médicos, mesmo com o acordo intercalar do ano passado, ainda não atingiram sequer a paridade do poder de compra. Ou seja, os médicos, em 2024, estão a ganhar menos que em 2015. E, portanto, é completamente incompreensível que, em 2024, numa negociação, não estejam as grelhas salariais. Inclui apenas a avaliação de desempenho do SIADAP e a formação médica, e o Governo ficou de pensar se quer ou não quer incluir as grelhas salariais no protocolo negocial”, disse Nuno Rodrigues ao HealthNews.

Contudo, o SIM disse-nos que irá sempre negociar: “Temos 36 acordos assinados e até com o anterior Governo conseguimos chegar a acordo. Por isso, nada justifica que, neste Governo, tendo nós reunido com todos os partidos antes das eleições e tendo sido todos consensuais de que há problemas no SNS e o trabalho médico está subvalorizado, as grelhas salariais não constem neste protocolo negocial.”

Da parte do Governo, “abertura para diálogo sempre houve e continua a haver” – “mas também sempre dissemos, diálogo, sim senhor, mas é preciso medidas concretas, medidas de curto, médio e longo prazo, e foi isso que nos surpreendeu porque esta é claramente uma medida estrutural”, defendeu Nuno Rodrigues.

HN/RA

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