“O exercício da Medicina é uma prática que não pode ser baseada apenas numa perspetiva, corrente metodológica ou filosófica. Com o avanço das ciências que servem de base à prática clínica, torna-se cada vez mais importante que os médicos tenham a capacidade de compreender e interpretar os dados que podem ser recolhidos das diferentes metodologias,” afirmou José Delgado Alves. Sublinhou a necessidade de combinar diferentes metodologias para oferecer um atendimento mais completo, reconhecendo que “não existem respostas definitivas e universais que sejam garantidas por cada abordagem de forma isolada”.

Um ponto-chave discutido foi a Medicina de precisão, que José Delgado Alves descreveu como “uma abordagem clínica que pode ser usada principalmente em doenças complexas e em centros de referência, baseando-se no conhecimento dos mecanismos fisiopatológicos presentes na doença e no respetivo doente”. Esta metodologia contrasta com a Medicina baseada na evidência, que generaliza os resultados de ensaios clínicos para toda a população, visando a uniformização terapêutica.

Sobre a importância do Congresso Nacional de Medicina Interna, José Delgado Alves destacou: “O CNMI é o evento científico mais importante da Medicina Interna em Portugal, é ponto de encontro, local de aprendizagem e palco para o começo de colaborações, desenvolvimento de novas ideias e consolidação de conhecimentos”. Também expressou altas expectativas para o evento, mencionando a qualidade do programa e a significativa participação dos internistas portugueses: “Como todos os anos, as expectativas são elevadas, pela qualidade do programa, dos palestrantes e pela participação muito significativa dos internistas de todo o país, a que este evento já nos habituou”.

A sessão reforçou a importância de uma abordagem médica holística, integrando tanto a Medicina baseada na evidência quanto a Medicina de precisão, para melhorar o atendimento e os resultados clínicos.

SPMI/30ºCNMI/HN