Contactado pelo nosso jornal, Nuno Jacinto disse esperar que os cuidados de saúde primários sejam um dos principais eixos de ação do novo plano de emergência para saúde que irá ser hoje apresentado.
“Assumindo que estamos perante um plano que não é só para o imediato, esperamos que tenha uma aposta clara no que diz respeito aos cuidados de saúde primários e à Medicina Geral e Familiar (…) Queremos assistir à apresentação de medidas concretas que possam melhorar as condições de trabalho dos médicos de família e garantir a fixação destes profissionais no Serviço Nacional de Saúde”, disse.
O responsável alerta que é preciso “inverter a tendência dos últimos anos de dificuldade de fixação e retenção de médicos de família no Serviço Nacional de Saúde”.
Sobre leitura que faz de ser o líder do Executivo a apresentar o plano, Jacinto realçou: “Desde o início da legislatura que este Governo tem dito que a Saúde é uma prioridade. Portanto, ser o senhor primeiro-ministro a fazer o anúncio significa que está a ser dada uma importância de destaque por parte do Executivo e isso é obviamente positivo. No entanto, mais do que a questão formal, importa perceber de que medidas estamos a falar.”
Aos olhos do dirigente da APMGF, o plano “tem uma importância crucial, uma vez que vai dar um primeiro sinal… Falta ver se é no sentido correto, e começa a mudar a perspetiva da MGF em Portugal, ou se é no sentido incorreto e os médicos de família vão continuar a achar que são subvalorizados e esquecidos”.
“O plano irá mostrar o que é que está a ser pensado para oferecer melhores condições de trabalho aos profissionais de saúde, de modo a conseguir prestar melhores cuidados de saúde aos utentes. Uma coisa é indissociável da outra. Não podemos dizer que o foco está no utente e esquecermo-nos dos profissionais. É por isso que, quando olhamos para a Medicina Geral e Familiar, temos de assegurar o aumento da remuneração, a progressão da carreira, a autonomia das equipas e as condições de trabalho. Tudo isto tem que ser trabalhado com urgência para que possamos fazer com que os médicos de família olhem novamente para o Serviço Nacional de Saúde como o local onde querem exercer a sua atividade”, rematou.
HN
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