“Iniciámos o projeto ‘Bata Branca’ com 10 centros de saúde, portanto eram os 10 centros de saúde que estavam encerrados por falta de médico de família”, declarou Ana Valentim, referindo que, “ao longo destes seis meses, houve necessidade de alargar a mais centros de saúde”, passando a 14.
A iniciativa entrou em funcionamento em janeiro último, com 168 horas semanais.
Ana Valentim, com o pelouro do Desenvolvimento Social, realçou que se constatou “a necessidade de ter um programa neste âmbito, para conseguir prestar cuidados de saúde à população”.
“Percebemos, nalgumas freguesias, os constrangimentos que estava a haver com centros de saúde encerrados há meses, sem médicos de família, portanto, começou a haver realmente aqui muita revolta por parte da população, muita pressão também junto das juntas de freguesia e, por sua vez, Câmara”, apontou.
Face ao “impacto na comunidade e nos cuidados de saúde à população” do “Bata Branca”, o número de horas foi aumentado para 300 semanais.
A média mensal de consultas cifra-se em 3.000, asseguradas por uma bolsa de 20 médicos.
“Aquilo que estamos a fazer é prestar cuidados assistenciais à população e garantir que estas pessoas tenham consultas, tenham marcação de exames, tenham prescrição da sua medicação. Não estamos a falar de médicos de família, mas, para todos os efeitos, estes médicos estão em perfeitas condições de prestar os cuidados assistenciais do médico de família”, referiu a autarca.
Adiantando que o balanço é positivo, Ana Valentim apontou que o investimento municipal neste âmbito é de “perto de 300 mil euros”.
“A nossa comparticipação é de cerca de 30%, a maioria do financiamento é garantida pela ULS [Unidade Local de Saúde]”, cabendo a operacionalização à Misericórdia de Leiria, afirmou a vereadora, salientando ser um “encargo considerável” por parte do município.
Notando que “não compete às câmaras a contratação de médicos para afetar aos centros de saúde”, Ana Valentim destacou, contudo, a mais-valia da iniciativa: “Para todos os efeitos, nós neste momento temos os 25 centros de saúde do concelho abertos e, se os temos todos abertos, devemos ao projeto”.
“Esperamos que o Serviço Nacional de Saúde contrate médicos para afetar aos centros de saúde e que os centros de saúde passem para as USF [unidades de saúde familiar] modelo B [com incentivos financeiros por objetivos]”, para ter “alguma estabilidade no corpo clínico”, disse.
Se tal vier a suceder, “eventualmente, o projeto ‘Bata Branca’, gradualmente, poderá não ser necessário nestas 14 freguesias”, reconheceu.
Sobre a criação de incentivos para a fixação de médicos no concelho, a autarca admitiu que a proposta ficou a aguardar, até porque se apostou mais no “Bata Branca”.
“Ao implementarmos o projeto ‘Bata Branca’ e com o investimento que estamos a fazer, percebemos que, se calhar, o caminho era este”, acrescentou Ana Valentim.
LUSA/HN
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