Medicina Geral e Familiar expressa preocupação com declarações de enfermagem obstétrica

19 de Agosto 2024

O Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar (MGF) da Ordem dos Médicos, com o apoio do Bastonário Carlos Cortes, emitiu hoje um comunicado manifestando preocupação em relação às recentes declarações feitas por representantes da enfermagem obstétrica.

Segundo o comunicado, estas declarações são consideradas infundadas e prejudiciais ao trabalho colaborativo necessário para assegurar a qualidade dos cuidados de saúde materna em Portugal.

O Colégio repudiou veementemente as insinuações de que os médicos de família carecem de sensibilidade na prestação de cuidados a grávidas. A entidade destacou a alta qualificação e formação rigorosa dos especialistas em MGF, sublinhando o compromisso contínuo destes profissionais com a saúde das mulheres e dos recém-nascidos, assegurando o acompanhamento contínuo em todas as fases da gravidez, incluindo o diagnóstico e a orientação das situações de maior complexidade.

“É inadmissível que se sugira um retrocesso na organização dos cuidados de saúde, desvalorizando a competência dos médicos de Família, cuja prática é baseada na mais rigorosa evidência científica. Rejeitamos qualquer tentativa de imposição ou desrespeito pelas nossas funções e competências. Estamos atentos e vigilantes. Não aceitaremos atropelos à nossa competência e às nossas responsabilidades. Defendemos, sim, a construção de oportunidades para um verdadeiro trabalho em equipa, onde todos os profissionais de saúde possam contribuir com a sua experiência e conhecimento para a excelência dos cuidados de saúde materna no nosso país. Nunca aceitaremos medidas que ponham em causa a segurança e a qualidade dos cuidados prestados às grávidas e aos recém-nascidos. O nosso compromisso é, e sempre será, a defesa de um Sistema de Saúde robusto, onde a cooperação e o respeito mútuo entre todas as classes profissionais prevaleçam.” Referem em comunicado.

OM/PR/HN

16 Comments

  1. Jose ladeira

    A grande maioria dos partos é efectuada pelas enfermeiras(os), excepção para os casos mais graves em que efectivamente é necessário a presença de um médico. Era completamente dispensável a presença de dois médicos nas equipas de obstetrícia/ ginecologia..

  2. Maria silva

    Ainda ontem a minha nora, esteve na urgência da maternidade Alfredo da Costa, e foi muito mal tratada pela enfermagem, uma grávida de 37 semanas, a 200km de casa, falta de empatia e de profissionalismo

  3. Antero matos

    Sou enfermeiro com mais de 40 anos de experiência profissional.
    Concordo plenamente que para o parto normal que já e realizado na sua maioria por enfermeiro especializado,não seja necessário a presença do obstetra. Esses sim fazem falta nos partos com complicações e em ambiente hospitalar.
    Exista a coragem de mudar ,para garantir melhores cuidados de saúde sem qualquer atropelo a competências profissionais

  4. Manel trolha

    Concordo plenamente…toda a razão…

    Igual nos aviões !! Dois pilotos para quê se 97% do tempo é o piloto automático !!!

    Um piloto era completamente dispensável também…

    Enfim… (muitos risos)

  5. Rui Ribeiro

    O nosso compromisso é, e sempre será, a defesa de um Sistema de Saúde robusto, onde a cooperação e o respeito mútuo entre todas as classes profissionais prevaleçam… Isto é tudo uma treta, pois eles continuam achar que são o tipo da cadeia, e grande parte não quer saber do conhecimento das outras profissões da equipa multidisciplinar. O SNS está podre porque continuam com mentalidades dos anos 70. Atualmente o central do SNS continuam a ser os senhores doutores, e não centralizado no doente.

  6. João Pedro Carvalho

    Manel trolha, quem não sabe do que fala, acaba por apenas dizer baboseiras!
    Era evitável

  7. Maria Luísa Albuquerque

    Enfermeiros e dentistas, anda tudo com a mania que é médico. Estudassem.

  8. Paulo correia

    Seria bom saber de antemão que partos vão exigir a presença de um obstétra. Como não se sabe, qual a sugestão da enfermagem? Quando tudo corre bem até o bombeiro ou o pai faz o parto. Mas quando é preciso ajuda ou surgem complicações dá jeito estar um médico por perto a quem responsabilizar. Devemos lutar contra os sucessivos governantes que não reconhecem o mérito e dedicação dos profissionais do SNS e ganham com as nossas guerras de classes distraindo a opinião pública d9s verdadeiros problemas. Temos profissionais competentes e em número suficiente em Portugal. Tornem o SNS atrativo!

  9. Joaquim

    Ó meus caros, noventa e muitos por cento dos partos ditos “normais” são, efetivamente assistidos única e exclusivamente por…enfermeiros, o médico assina os papéis depois de acordar de uma looonga noite de trabalho. Há efetivamente uma percentagem de partos que exigem a presença de um médico, esses vão logo para cesariana.
    Não há medicos obstetras no SNS, porque os setenta, oitenta e mais euros por hora oferecidos são pouco dinheiro para quem cobra oitenta a cem euros por consulta no privado…e não têm que fazer noites, feriados e fins de semana….
    O problema deste mal-estar dos médicos vem do facto de: em países atrasados como a Inglaterra e outros, são os enfermeiros especialistas em obstetrícia que seguem uma gravidez normal, nao uma patológica, porque a gravidez não é uma doença, é um estado normal da mulher….a concorrência é uma chatice.

  10. José Carlos

    Cara Maria Luísa Albuquerque não era necessário tanta aleivosia. Enfermeiros são Enfermeiros, Médicos são Médicos e dentistas são Médicos Dentistas. A mente é como um paraquedas, funciona apenas se se abre.

  11. Berta Andrade

    O que eu sei é que os médicos fecham urgências, obrigam grávidas a parir longe das suas casas, ou em ambulâncias a beira da estrada e são os maiores!!! Ninguém lhes toca!!!!!
    Continuem assim que qualquer dia só quem tiver dinheiro e muito tem acesso a cuidados de saúde. E não é só na obstetrícia

  12. Ana sousa

    O meu parto foi feito por duas obstretas e foi o pior erro. Partiram a minha filha toda com recurso a ventosa. Ainda hoje vai fisioterapia para as sequelas!! E a desculpa foi não estava á espera da largura dos ombros!! 5 horas com a dilatação feita e claro que tinha que dar merda!!Preferia que tivesse sido feito com enfermeiros talvez mais sensibilidade!! E no maior hospital do país!! Ainda há muita falta de sensibilidade perante as grávidas!! Muita violência obstétrica!!

  13. Maria de lourdes freitas

    Uma equipa é Médico Enf. E assim tem que trabalhar!!!!
    Haja organização que é o que falta !!!!!

  14. Marina Rodrigues Pereira

    Maria de Lurdes de Freitas nós sabemos o que forma a equipa mas na realidade o enfermeiro especialista fazem os partos eutocicos, dito normal, e o médico fica com os louros. Não existe trabalho em equip

  15. Fernando Morais

    É parto normal até que algo aconteça e deixe de ser normal… cada macaco no seu galho. O problema está na falta de gestão.

  16. Zita

    No SNS o que falta sao gestores competentes…

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

SMZS assina acordo com SCML que prevê aumentos de 7,5%

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) assinou um acordo de empresa com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que aplica um aumento salarial de 7,5% para os médicos e aprofunda a equiparação com a carreira médica no SNS.

“O que está a destruir as equipas não aparece nos relatórios (mas devia)”

André Marques
Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

DGS Define Procedimentos para Nomeação de Autoridades de Saúde

A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu uma orientação que estabelece procedimentos uniformes e centralizados para a nomeação de autoridades de saúde. Esta orientação é aplicável às Unidades Locais de Saúde (ULS) e aos Delegados de Saúde Regionais (DSR) e visa organizar de forma eficiente o processo de designação das autoridades de saúde, conforme estipulado no Decreto-Lei n.º 82/2009.

Ana Santos Almeida: ‘avançar na promoção da saúde da mulher

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, a Professora Ana Santos Almeida revela como o projeto AGEWISE revoluciona a compreensão da menopausa, explorando a interação entre o microbioma intestinal e as hormonas sexuais. Com o uso de Inteligência Artificial, o projeto promove intervenções personalizadas para melhorar a saúde das mulheres durante o envelhecimento.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights