Num comunicado divulgado hoje, a OIM alerta para a situação dos migrantes, deslocados internos, “populações altamente móveis da região”, que tendencialmente correm um risco muito maior de infeção pela doença, devido às suas condições de vida e aos seus estilos de vida móveis e transitórios, que podem “limitar enormemente o seu acesso à saúde e aos cuidados médicos”.
A ajuda pedida é para cumprir um plano de resposta traçado pela organização que visa reduzir o risco de exposição à doença para estes grupos vulneráveis.
“Os 18,5 milhões de dólares necessários serão utilizados para reforçar a capacidade de resposta às necessidades dos migrantes, das pessoas deslocadas internamente e das comunidades de acolhimento, apoiando as medidas de tratamento da infeção, prevenção e controlo, nomeadamente nas fronteiras”, realça a OIM na nota.
As populações vulneráveis, como os migrantes e as pessoas deslocadas internamente afetadas pelo mpox, ou em risco de virem a ser afetadas, “devem receber os cuidados de saúde e a proteção necessários, em especial nas regiões onde o acesso a esses serviços é limitado e onde existe um elevado número de migrantes e de populações deslocadas”, defende a organização.
O financiamento permitirá também “reforçar as capacidades dos profissionais de saúde nacionais e das equipas de primeira linha, bem como identificar as zonas de alto risco, a fim de assegurar um controlo eficaz da doença e reduzir a sua propagação através das fronteiras”, sublinha.
A propagação do mpox na África Oriental, no Corno de África e na África Austral constitui “uma grave preocupação, especialmente para os migrantes vulneráveis, para as populações altamente móveis e para as comunidades deslocadas, frequentemente negligenciadas nestas crises”, afirma na nota o Diretora-Geral da OIM, Amy Pope, num comunicado divulgado a partir de Nairobi, capital do Quénia.
Por isso, “temos de agir rapidamente para proteger as pessoas em maior risco e para atenuar o impacto deste surto na região”, acrescentou.
O mpox tem vindo a afetar pessoas na região há mais de uma década. Mas a rápida propagação da nova estirpe da doença levou a Organização Mundial de Saúde a declarar o mpox uma emergência de saúde pública de âmbito internacional em 14 de agosto, recorda a OIM.
A organização destaca que até agora, só na República Democrática do Congo há mais de 15.000 casos suspeitos, incluindo 537 mortes, segundo a Organização Mundial de Saúde, e foram confirmados casos no Burundi, no Quénia, no Ruanda, na África do Sul e no Uganda.
A OMS declarou o surto de mpox em África como emergência global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação.
Esta é a segunda vez em dois anos que a doença infecciosa é considerada uma potencial ameaça para a saúde internacional, tendo o primeiro alerta sido levantado em maio do ano passado, depois de a oropagação ter sido contida e a situação ter sido considerada sob controlo.
A doença é transmitida dos animais para os seres humanos e o contágio ocorre depois por contacto próximo com indivíduos ou animais infetados através do sangue, fluidos corporais ou lesões, admitindo a OMS a possibilidade também de que alguém, na fase aguda da infeção, e principalmente se tiver bolhas na boca, possa transmitir o vírus através de gotículas expiradas.
Os sintomas incluem febre, erupção cutânea, dores de cabeça, dores de garganta, dores musculares, gânglios linfáticos inchados e dores nas costas.
LUSA/HN
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