Conferência debate pegada carbónica do setor da saúde

2 de Outubro 2024

A 2ª edição da conferência "Healthy Planet, Healthy People" debate a pegada carbónica do setor da saúde, com foco na terapêutica inalatória. O evento ocorre a 9 de outubro na Embaixada Britânica em Lisboa

Lisboa acolhe, no dia 9 de outubro, a 2ª edição da conferência “Healthy Planet, Healthy People: A pegada carbónica do setor da saúde”. O evento, organizado pelo Conselho Português para a Saúde e o Ambiente (CPSA) e pela Embaixada Britânica em Portugal, com o apoio da GSK, terá lugar na Residência Oficial da Embaixadora Britânica.

A conferência visa promover um debate interdisciplinar sobre a sustentabilidade ambiental no setor da saúde, com particular ênfase na redução do impacto ambiental da terapêutica inalatória. Reunirá profissionais de saúde, representantes de associações de doentes e responsáveis governamentais para discutir a pegada carbónica do sistema de saúde português.

Um estudo recente publicado na revista “Acta Médica” revelou que o impacto ambiental dos inaladores pressurizados em Portugal ultrapassa as 30.000 toneladas de CO2eq anualmente. Este valor equivale à pegada carbónica de 150 viagens transatlânticas entre Londres e Nova York.

O mesmo estudo mostrou que apenas 53% dos médicos estão cientes do impacto ambiental dos inaladores, e 70% não consideram este fator no momento da prescrição. Estes resultados serão analisados durante a conferência, que procurará sensibilizar as autoridades e o público para a relação entre a pegada carbónica dos inaladores e as alterações climáticas.

A conferência também destacará boas práticas implementadas noutros países, como o Reino Unido, onde profissionais de saúde e instituições têm adotado abordagens mais ecológicas na gestão de doenças respiratórias.

Luís Campos, Presidente do CPSA, enfatiza a importância do evento para a sensibilização sobre práticas e terapêuticas mais ecológicas no setor da saúde.

O debate surge num contexto global em que os fatores ambientais são responsáveis por cerca de 25% das mortes, e nove em cada dez pessoas respiram ar com níveis de poluentes acima das diretrizes da OMS. Com as políticas atuais, projeta-se um aumento da temperatura global de 2,7ºC até 2100, muito acima do objetivo de 1,5ºC do Acordo de Paris.

PR/HN/MMM

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