Os alunos com dislexia, segundo a associação, estão em todas as escolas e precisam de respostas específicas.
“São alunos inteligentes e criativos. O seu cérebro processa de forma diferente os carateres simbólicos, incluindo as palavras escritas. Cabe a cada agrupamento e escola envolvê-los com respostas educativas eficazes”, defendeu a presidente da Dislex, Helena Serra, citada em comunicado divulgado na véspera do Dia Mundial da Dislexia, que se assinala a 10 de outubro.
Para a responsável, essas respostas devem ser “atempadas, cientificamente sustentadas, com resultados consistentes, com frutos duradoiros, capazes de alavancar o seu projeto de vida”.
A associação pretende um diagnóstico precoce, uma vez que muitos alunos chegam ao ensino secundário e mesmo universitário sem serem identificados e avaliados como disléxicos.
A Dislex pede igualmente a revisão do rácio para colocação de docentes de educação especial e o reforço de outros recursos, como terapeutas e psicólogos.
“A indicação de um caso, em regra, é feita pela descrição dos desempenhos-problema do aluno, pelo docente titular ou pelo diretor de turma, sem haver avaliação compreensiva. Ou seja, não é feito o perfil do aluno”, especificou a associação.
Segundo a mesma fonte, a grande maioria dos alunos com dislexia não recebe apoio especializado.
“A intervenção, quando existe, é um apoio mais individualizado dado por docentes do ensino regular, sem formação em dislexia, o que se traduz somente no reforço de conteúdos das disciplinas”, exemplificou a Dislex.
A dislexia é uma perturbação específica de aprendizagem, com origem neurológica, caracterizada por dificuldades no reconhecimento adequado das palavras e dificuldades de descodificação.
Apesar de estar relacionada com a aprendizagem da leitura, pode ter consequências noutras áreas académicas e a nível emocional e comportamental.
NR/HN/Lusa
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