Descoberto papel da proteína IGFBP3 na formação dos pulmões

3 de Novembro 2024

Estudo da Universidade de Barcelona identifica mecanismo molecular essencial no desenvolvimento pulmonar embrionário, usando organoides derivados de pulmões embrionários humanos

Legenda da imagem: da esquerda para a direita: Antonio Altuna, Melissa Acosta, Alfons Navarro, Yangyi He e Risha Na

Uma equipa de investigadores da Universidade de Barcelona e do Instituto de Investigação Biomédica August Pi i Sunyer (IDIBAPS) descobriu que a proteína IGFBP3 desempenha um papel fundamental no desenvolvimento pulmonar humano. A investigação, publicada na revista Stem Cell Research & Therapy, utilizou organoides derivados de pulmões embrionários para demonstrar como esta proteína influencia a formação do tecido pulmonar.

A descoberta revela que a IGFBP3 mantém as células epiteliais pulmonares num estado indiferenciado durante o desenvolvimento embrionário inicial. À medida que o pulmão se desenvolve, os níveis desta proteína necessitam de diminuir para permitir a diferenciação celular adequada, processo essencial para a formação correcta do tecido pulmonar.

Os investigadores identificaram também a interação entre a IGFBP3 e o miR-34a, uma molécula tipo microRNA que controla a expressão genética. A partir da oitava semana de desenvolvimento pulmonar, o miR-34a inibe a produção de IGFBP3 no mesênquima pulmonar e, posteriormente, no epitélio, facilitando a diferenciação celular necessária nesta fase do desenvolvimento.

O estudo baseou-se em organoides derivados de pulmões embrionários entre a 8ª e 12ª semana de desenvolvimento humano, que replicam o órgão a nível molecular e celular. Esta abordagem permitiu aos investigadores manipular processos de diferenciação celular e silenciar genes específicos para avaliar os seus efeitos no desenvolvimento pulmonar.

A investigação tem potenciais implicações terapêuticas significativas, particularmente para condições respiratórias em recém-nascidos prematuros, como a hipoplasia pulmonar. Além disso, os resultados sugerem possíveis aplicações no campo da oncologia, uma vez que níveis elevados de IGFBP3 em tecido tumoral pulmonar foram correlacionados com pior prognóstico em estágios iniciais da doença.

O trabalho foi liderado por Alfons Navarro, professor da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade de Barcelona e investigador do grupo de investigação do IDIBAPS sobre Inflamação e Reparação em Doenças Respiratórias. Os investigadores continuam a explorar as implicações desta descoberta utilizando organoides derivados de pacientes com cancro do pulmão.

NR/HN/Alphagalileo03

 

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