O manual é lançado numa altura em que “o segundo lugar das doenças mais registadas em Portugal é ocupado pelas doenças psiquiátricas e em que um em cada cinco estudantes já foi diagnosticado com uma perturbação mental”, salienta em comunicado a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL).
Segundo a FLUL, que promove entre segunda e sexta-feira a Semana da Saúde Mental e do Bem-Estar, “as crises psicológicas têm registado um aumento entre os estudantes do ensino superior e nem sempre quem assiste a um episódio destes sabe como agir”.
“Após a pandemia, os pedidos de apoio psicológico aumentaram, mas também cresceram os pedidos de ajuda, quer de alunos, quer de professores, que assistiam a crises psicológicas, como por exemplo ataques de pânico, e não sabiam como agir”, afirma a coordenadora do Núcleo de Orientação de Carreira e Apoio ao Estudante (NOCAE) da FLUL, Lília Aguardenteiro Pires.
Lília Aguardenteiro Pires refere que foi nesta fase que começou a ser claro para a equipa do NOCAE que era “urgente dotar a comunidade académica de ferramentas que lhe permita atuar devidamente perante estes episódios”.
“Foi assim que nasceu a ideia de criarmos o Manual de Boas Práticas Primeiros Socorros Psicológicos”, disse a responsável.
Segundo a faculdade, o manual é “uma ferramenta pioneira” que pretende capacitar os estudantes, os docentes e a restante comunidade académica, com as competências e os conhecimentos necessários para identificar uma crise e dar apoio inicial a alguém em situação de sofrimento até esta receber ajuda profissional adequada ou até que a crise seja resolvida”.
“Uma crise psicológica acontece quando uma pessoa está perante uma situação com a qual não consegue lidar emocionalmente, podendo manifestar-se de diferentes formas. Um exemplo são os ataques de pânico ou ataques de ansiedade”, explica, por seu turno, Luísa Reis Santos, psicóloga da FLUL e uma das autoras do manual.
Luísa Reis Santos realça que as crises psicológicas podem afetar qualquer pessoa, pelo que é importante estar preparado para intervir caso seja necessário.
“Esta primeira intervenção pode ser muito importante para a pessoa que estiver a sofrer uma crise e qualquer pessoa pode intervir, tendo em conta que prestar primeiros socorros psicológicos não é fazer um atendimento psicológico profissional, nem um tratamento”, alerta a psicóloga.
Além do lançamento do Manual de Boas Práticas em Primeiros Socorros Psicológicos, a FLUL preparou um conjunto de atividades durante esta semana, com o intuito de sensibilizar a comunidade académica para a importância de cuidar da saúde mental.
Após esta semana, decorre o 1.º Encontro do Programa Saúde Mental e Bem-Estar, promovido pela Universidade de Lisboa, no dia 14 de novembro na Reitoria da ULisboa.
NR/HN/Lusa
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