Hospital modular de Ponta Delgada operacional até final de janeiro

15 de Janeiro 2025

O hospital modular do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), nos Açores, vai estar operacional até final do mês e a saída do Hospital da CUF ocorrerá dias depois, revelou hoje a administração do HDES.

O diretor de enfermagem do HDES, que integra o conselho de administração presidido por Paula Macedo, informou que, para que o hospital modular arranque na sua totalidade, é necessário ter a obra concluída, os equipamentos instalados e certificados e dada a formação aos profissionais de saúde para utilização dos equipamentos concluída, três premissas que “estarão concretizadas até final do mês de janeiro”.

“Isso significa que, nos três ou quatro dias seguintes, ultimaremos a saída da CUF e resolveremos eventuais imprevistos que possam surgir durante os testes de arranque de todos os equipamentos do hospital modular”, declarou Pedro Brazio, em conferência de imprensa, no HDES, Ponta Delgada.

O hospital modular foi a solução encontrada pelo Governo dos Açores e o HDES para fazer face ao incêndio que ocorreu no hospital em 04 de maio de 2024, bem como proceder a obras que irão permitir um “upgrade” das suas instalações e equipamentos.

Pedro Brazio considerou que “não existiram atrasos na construção e entrega do hospital modular”, uma vez que o edifício “ficará terminado a tempo da sua abertura”.

No hospital modular vão funcionar “todas as valências necessárias ao funcionamento de um serviço de urgência crítica para adultos, crianças e grávidas”, como o internamento médico e cirúrgico, bloco operatório, bloco de partos, obstetrícia, neonatologia, cuidados intensivos e intermédios e um serviço de imagiologia com TAC, RMN, RX e ecografia, segundo o responsável.

O administrador admitiu que existiram circunstâncias que colocaram em risco a data de abertura, como a “instabilidade vivida no conselho de administração do HDES”, salvaguardando que “só a partir da resolução do Conselho do Governo de 16 de outubro se iniciou o ajuste direto para aquisição de equipamentos do hospital modular”, o que “gerou enorme pressão para a conclusão da obra”.

O elemento do conselho de administração do HDES especificou que em relação às obras que vão ter lugar no hospital existem dois programas funcionais “praticamente terminados” e que “estarão disponíveis até final do mês de janeiro”, sendo apenas um selecionado.

Pedro Brazio referiu que “até meados do ano” se vai avançar com os concursos públicos internacionais para a realização das empreitadas de obras públicas, devendo as obras começarem de forma faseada, estando os custos “alinhados com os montantes despendidos para a construção de hospitais em território continental e na Madeira”.

O elemento do conselho de administração do HDES disse que no regresso ao edifício sede do HDES a capacidade instalada de camas será de 393, “ligeiramente abaixo das 437 que havia” antes do incêndio.

Haverá 280 vagas para internamento médico e cirúrgico, 13 para cuidados intensivos e intermédios, 15 para doenças infecciosas, 20 para pediatria, 10 para neonatologia, nove de obstetrícia, 17 de cardiologia, 11 de paliativos e 18 de psiquiatria.

O responsável adiantou que no serviço de imagiologia haverá equipamentos “mais atuais, com qualidade superior, que permitirão fazer mais exames, num período menor de tempo, mas com maior precisão e qualidade de imagem”.

O hospital modular vai estar equipado com soluções de ‘software’ de Inteligência Artificial, sendo que o serviço de urgência terá uma maior área implantada.

lusa/HN

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Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

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