Estudo Revela Desconhecimento Alarmante sobre Hipertensão Arterial Pulmonar em Portugal

11 de Fevereiro 2025

Estudo da GfK Portugal revela que 90% dos portugueses desconhecem a Hipertensão Arterial Pulmonar, uma doença rara e incurável que afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Um estudo recente realizado pela GfK Portugal trouxe à tona uma realidade preocupante: nove em cada dez portugueses desconhecem o que é a Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) e o seu impacto devastador na vida dos pacientes. Esta doença cardiopulmonar grave, que progride rapidamente, pode levar à morte dos doentes em média seis a sete anos após o diagnóstico.

Impacto na Qualidade de Vida
A HAP é uma doença rara, incurável e altamente incapacitante, com sintomas que incluem cansaço extremo, falta de ar, dor no peito, tonturas constantes e desmaios. O estudo revelou que, após conhecerem as consequências da doença, os participantes estariam dispostos a abdicar, em média, de seis anos das suas vidas para não terem esta condição.
Cátia Rodrigues, presidente da Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar (APHP), destaca o impacto significativo da HAP na rotina dos doentes:
“A hipertensão arterial pulmonar é uma sentença para os afetados. Além de ser uma doença sem cura, afeta significativamente a rotina do doente, que deixa de conseguir praticar desporto, realizar tarefas domésticas básicas, ter uma vida íntima com o seu parceiro ou até de brincar com os seus filhos.”

Consequências Profissionais e Pessoais
O estudo da GfK corrobora as preocupações expressas pela APHP. Os resultados indicam que:
95% dos entrevistados acreditam que os sintomas da HAP teriam um impacto negativo nas suas atividades diárias básicas.
94% afirmaram que seriam obrigados a mudar de profissão se diagnosticados com HAP.
A doença afeta pessoas de todas as idades, embora seja mais comum em jovens adultos. O diagnóstico geralmente ocorre por volta dos 36 anos, e estima-se que mais de 90% das pessoas diagnosticadas tenham menos de 60 anos.

Necessidade de Maior Consciencialização e Apoio
Cátia Rodrigues enfatiza a importância de aumentar a consciencialização sobre a HAP e melhorar o apoio aos pacientes:
“É crucial haver uma maior aposta em estratégias de diagnóstico precoce, mas também uma melhor resposta para o tratamento destes doentes, muitas vezes esquecidos.”
O estudo, baseado em 801 entrevistas realizadas entre 22 e 29 de novembro de 2024, também revelou que:
87% dos participantes consideram que a vida pessoal seria a componente mais afetada pela HAP.
75% temem a possibilidade de dependência de terceiros para realizar tarefas básicas.
67% acreditam que um tratamento eficaz para controlar os sintomas e atrasar a progressão da doença mudaria a forma como veem o seu impacto.
83% afirmam que deveria ser dada urgência à comparticipação de tratamentos para a HAP.
Este estudo destaca a necessidade urgente de aumentar a consciencialização sobre a Hipertensão Arterial Pulmonar em Portugal, bem como de melhorar o apoio e os tratamentos disponíveis para os pacientes afetados por esta doença rara e devastadora.

PR/HN/MM

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Prioridades para a Saúde nas Legislativas 2025: Propostas de Pedro Pita Barros

Pedro Pita Barros, especialista em economia da saúde e professor da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), propõe para as legislativas de 18 de maio um reforço do SNS, valorização dos profissionais, aposta nos cuidados primários e continuados, redução dos pagamentos diretos das famílias, estabilidade na gestão das ULS e consensos na saúde oral e mental, destacando a necessidade de medidas concretas e transversais

Carlos Cortes: Prioridades da Ordem dos Médicos para o XXV Governo

Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos, defende que o próximo Governo deve apostar na valorização dos recursos humanos, na reforma da gestão do SNS e na centralidade da pessoa nos cuidados de saúde. Propõe políticas de retenção de médicos, autonomia de gestão e humanização transversal do sistema.

Prioridades para a Saúde: Propostas de Fernando Leal da Costa para o XXV Governo Constitucional

Fernando Leal da Costa, Professor Universitário e ex-ministro da Saúde, defende como prioridades para o próximo Governo: revisão da Lei de Bases da Saúde e do Estatuto do SNS, reforma administrativa, reforço da gestão local, digitalização dos processos clínicos, controlo estatal da ADSE, redefinição dos recursos humanos, avaliação da eficiência, renovação hospitalar e aposta na prevenção.

Legislativas / Propostas dos partidos para a Saúde

Com a saúde como tema prioritário nos programas eleitorais, os partidos com assento parlamentar focam-se no aumento da remuneração dos profissionais, com a esquerda a ir mais longe para fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os programas eleitorais divergem sobretudo em matéria de parcerias público-privadas (PPP’s) em que os partidos mais à esquerda querem o fim destes contratos com privados enquanto a direita defende a sua eficácia.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights