“É preciso que o medo e a honra mudem de campo”, defenderam estes médicos, que denunciaram “tradições de caçador”, “a imaginação libertina puramente masculina” e estruturas “demasiadamente dominadas por uma cultura sexista, machista e patriarcal”.
Estes profissionais do meio médico, entre os quais estudantes, médicos hospitalares, chefes de serviço e docentes universitários comprometem-se “a reagir quando forem testemunhas de afirmações ou atitudes que possam ser qualificadas de sexistas e assédio ou violência sexual”.
Em abril de 2024, revelações da infeciologista Karine Lacombe desencadearam numerosos testemunhos, nas redes sociais em França e junto de associações profissionais e estudantis sobre as violências sexistas e sexuais (VSS) no meio da saúde,
No final de novembro de 2024, a Ordem dos Médicos publicou um inquérito sobre as VSS cometidas por médicos, cujos resultados foram considerados “muito inquietantes”.
Segundo a sondagem, realizada junto de 21.140 médicos, 54% declararam ter conhecimento de VSS cometidas por outro médico, sobre vítimas que incluíam doentes, profissionais de saúde ou outras pessoas.
E 49% das mulheres médicas questionadas declararam terem sido vítimas de VSS da parte de outro médico.
Por seu lado, metade das enfermeiras declaram ter sido vítimas de VSS no quadro do exercício da profissão, com autores como doentes, cuidadores, visitantes ou um superior, apurou um inquérito da Ordem dos Enfermeiros, divulgado em dezembro de 2024.
Em meados de janeiro, o novo ministro da Saúde francês, Yannick Neuder, anunciou um plano global contra estas violências, que contempla a criação de um observatório das VSS no setor da saúde.
LUSA/HN
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