Cólera confirmada em mais dois distritos da província moçambicana de Nampula

25 de Fevereiro 2025

As autoridades de saúde de Nampula, norte de Moçambique, confirmaram casos de cólera em mais dois distritos da província, juntando-se a Mogovolas, que contabilizou 29 mortos devido ao surto da doença em 2024.

De acordo com a diretora provincial de Saúde em Nampula, Selma Xavier, os casos foram confirmados sexta-feira, no distrito de Nampula (três) e de Murrupula (quatro).

“Temos três distritos neste momento com surto de cólera”, disse, em declarações aos jornalistas, salientando que no distrito de Mogovolas “o surto se arrasta desde outubro do ano passado” e ainda não foi possível controlar.

Selma Xavier reconheceu, igualmente, que não está a ser possível obter dados do distrito de Mogovolas devido à vandalização do Centro de Tratamento de Cólera, sendo que só agora foi reaberto o centro de saúde na vila sede de distrito.

“Reabrimos a unidade sanitária da sede e estamos a tentar atender todos os doentes que aparecem lá com a doença”, apontou.

Até ao momento, a província de Nampula conta com um acumulado, desde outubro, de 490 casos no atual surto, distribuídos pelos três distritos, nomeadamente Mogovolas (302), Murrupula (76) e Nampula (16).

O último relatório sobre a progressão da doença no país, referente ao período de outubro de 2023 a julho de 2024, indicava um total de 16.506 infetados, com uma taxa de letalidade de 0,2%, em todo o país.

As autoridades de saúde de Nampula já tinham admitido em 07 de fevereiro que mitos e desinformação comprometem a meta de vacinação contra a cólera no distrito de Mogovolas, entre os mais afetados naquela província do norte de Moçambique.

As autoridades pretendiam atingir 197.999 pessoas, mas acabaram vacinando 169.865, o que corresponde a 85,8%, afirmou na altura à Lusa Samuel Carlos, representante do Serviço Provincial de Saúde em Nampula.

Devido à onda de desinformação, com as comunidades a acusarem os técnicos de saúde no terreno de estarem a propagar a doença, populares de Mogovolas destruíram o Centro de Tratamento da Cólera, bem como o bloco operatório do parceiro estratégico do Governo, a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras.

“Infelizmente não conseguimos vacinar todos (…), mas para nós este resultado foi encorajador, porque prevíamos uma certa resistência. Com ajuda da força militar foi possível prosseguir com a campanha”, acrescentou.

Trata-se de uma campanha levada a cabo num distrito que conta com uma população estimada em 457 mil habitantes. A campanha decorreu entre 06 e 10 de janeiro, incidindo em pelo menos três pontos considerados críticos, nomeadamente, Nametil-7, Matua e Nanhupo-Rio.

lusa/HN

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