Governo nomeia Carlos Sá para presidente da ULS Amadora-Sintra

27 de Fevereiro 2025

Carlos Sá, atual presidente do Hospital da Cruz Vermelha, será o novo presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra, segundo uma resolução do Conselho de Ministros hoje aprovada.

A resolução designa os novos membros do Conselho de Administração (CA) da ULS Amadora-Sintra, que irá substituir o atual, liderado por Luís Gouveia.

Luís Gouveia apresentou a demissão à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, há 20 dias, alegando que não queria ser “um obstáculo” às “medidas e políticas” que a tutela considere necessário implementar.

Em comunicado divulgado esta noite, o Conselho de Ministros adianta que o CA designado por um mandato de três anos será composto por Carlos Sá, presidente, e terá como vogais executivo Diana Sousa Mendes, Mário Machado Cruz, Carlos Manuel de Jesus e Sousa Araújo Ribeiro, Dália Oliveira e Maria Luísa Ximenez.

O Governo sublinha que o Conselho de Administração foi designado após o parecer favorável da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).

Carlos Sá, que deixa o Hospital da Cruz Vermelha para assumir o cargo de presidente da ULS Amadora-Sintra, já exerceu vários cargos, entre os quais presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo e de CEO da Clínica de Santo António, na Amadora, no distrito de Lisboa.

Os membros do ainda Conselho de Administração da ULS Amadora-Sintra apresentaram a sua demissão em 06 de fevereiro, dia em que a ministra da Saúde afirmou, no parlamento, que a capacidade de resposta do hospital tem de ser restabelecida, alegando que a unidade de saúde já funcionou muito bem, mas que se degradou recentemente.

Quando apresentou a demissão, o Conselho de Administração afirmou, em comunicado, que “sempre seguiu o caminho da legalidade, ética e justiça, nunca considerando qualquer outro”, reiterando a sua prioridade sempre “foi garantir o interesse dos utentes, a confiança na instituição e a qualidade dos serviços prestados”.

Hoje, a ministra da Saúde anunciou que já dispõe de um plano para o Hospital Amadora-Sintra, que passa por convencer toda a equipa de cirurgiões que se demitiu em 2024 a regressar ao serviço.

“O plano consiste em trazer para dentro do hospital Amadora-Sintra de novo toda a equipa de cirurgia que saiu” nos últimos meses de 2024, afirmou Ana Paula Martins no podcast “Política com Assinatura” da Antena 1 da jornalista Natália Carvalho.

Questionada sobre a forma como pretende convencer os médicos cirurgiões, a governante respondeu: “Vamos conseguir”, adiantando ainda que este é um trabalho em que “muito brevemente os resultados estarão à vista”.

Em 12 de fevereiro, quando foi ouvida na Comissão de Saúde, a ministra admitiu que o Governo ainda não tinha um plano para o Amadora-Sintra, classificando a situação do serviço de cirurgia como “muito difícil”, na sequência da saída de 13 cirurgiões.

A saída dos especialistas deveu-se ao regresso de dois médicos que denunciaram más práticas no serviço, que depois de investigadas não se confirmaram.

O Conselho de Administração quando tomou posse a 05 de julho de 2023, assumiu a responsabilidade de liderar a instituição, “num momento delicado, na sequência das denúncias de situações de alegadas más práticas médicas, no Serviço de Cirurgia Geral”.

A situação do serviço de cirurgia tem motivado também vários alertas da Ordem dos Médicos, assim como dos médicos internos de formação especializada em cirurgia geral que, numa carta, denunciaram recentemente o “clima de insegurança profissional” a que dizem estar sujeitos.

lusa/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Consórcio português quer produzir terapias inovadoras com células CAR-T

Um consórcio português que junta clínicos, investigadores e académicos quer desenvolver capacidade nacional para produzir terapias inovadoras com células CAR-T, uma forma avançada de imunoterapia que tem demonstrado taxas de sucesso em certos cancros do sangue, foi hoje divulgado.

Consumo de droga em Lisboa aumentou e de forma desorganizada

Uma técnica de uma organização não-governamental (ONG), que presta assistência a toxicodependentes, considerou hoje que o consumo na cidade de Lisboa está a aumentar e de forma desorganizada, com situações de recaída de pessoas que já tinham alguma estabilidade.

Moçambique regista cerca de 25 mil casos de cancro anualmente

Moçambique regista anualmente cerca de 25 mil casos de diferentes tipos de cancro, dos quais 17 mil resultam em óbitos, estimaram hoje as autoridades de saúde, apontando a falta de profissionais qualificados como principal dificuldade.

Ana Povo e Francisco Nuno Rocha Gonçalves: secretários de estados da saúde

O XXV Governo Constitucional de Portugal, liderado pelo Primeiro-Ministro Luís Montenegro, anunciou a recondução de Ana Margarida Pinheiro Povo como Secretária de Estado da Saúde. Esta decisão reflete uma aposta na continuidade das políticas de saúde implementadas no mandato anterior.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights