Cólera matou mais de 400 pessoas desde janeiro em Angola

6 de Abril 2025

A cólera já matou mais de 400 pessoas em Angola desde que foi declarado o surto em janeiro, acumulando mais 206 casos nas últimas 24 horas, representando 36% do total de casos notificados este ano.

Angola soma 10.771 casos e 404 mortes devido à doença, que está a crescer a nível mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que associa o aumento global da cólera aos conflitos, catástrofes naturais e alterações climáticas.

Segundo o representante da Organização Mundial de Saúde, Philippe Barboza, a capital angolana, Luanda, foi gravemente afetada e, no último mês, o país registou quase 3.500 casos, o que representa 56% do total em África.

Angola, com 36% dos casos notificados em todo o mundo é também um dos países com maior taxa de letalidade, próxima dos 4%, acima da taxa de 1% definida como admissível pela OMS.

A cólera está também a afetar países anteriormente livres da doença, como a Namíbia, que, pela primeira vez em 10 anos, registou infeções este ano, enquanto o Quénia, o Malawi, a Zâmbia e o Zimbabué estão também a registar um ressurgimento.

Os recentes cortes no financiamento da ajuda internacional também estão a dificultar o combate à doença, segundo o especialista da OMS, destacando que os surtos estão a ficar piores.

Segundo o Ministério da Saúde de Angola, nas últimas 24 horas foram notificados ao Centro de Processamento de Dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Direção Nacional de Saúde Pública, 206 casos de cólera.

A província de Benguela, com 83 casos, é agora o epicentro da doença, que está espalhada por 17 das 21 províncias angolanas.

Nas últimas 24 horas foram registados 6 óbitos e estão internadas 625 pessoas com cólera.

Desde o início do surto, a 07 de janeiro, foi reportado um total cumulativo de 10.771 casos, mais de 40% dos quais na província de Luanda.

A cólera é uma infeção intestinal transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados, associada à insalubridade, más condições de saneamento e falta de qualidade da água.

lusa/HN

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