INEM recebeu cinco reclamações do curso e diz que reprovações estão abaixo da média

9 de Abril 2025

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) revelou hoje que recebeu cinco reclamações relativas ao curso de Técnico de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) e disse que a taxa de reprovação está abaixo da média, contrariando as informações do sindicato.

Em resposta à agência Lusa depois de serem conhecidas as denuncias apresentadas tanto ao Sindicato dos Técnicos de Emergência Médica (STEPH) e à Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) sobre o curso TEPH, o INEM diz que esta formação está a decorrer “com base na Memória Descritiva do respetivo produto pedagógico, que estabelece critérios uniformes de avaliação”.

“Todas as grelhas de avaliação encontram-se disponíveis para os formandos, à exceção da grelha de avaliação do módulo CODU, que é abordada ao longo da formação, sendo comunicado aos formandos quais são os respetivos critérios”, afirmou, a propósito de reclamações de diversos formandos que apontam irregularidades, designadamente discrepâncias de métodos avaliativos entre delegações.

Em declarações à Lusa, o presidente do STEPH tinha confirmado a receção de dezenas de denúncias de irregularidades, designadamente discrepâncias de métodos avaliativos entre delegações, explicando: “Por exemplo, em Lisboa, na banca prática é preciso duas avaliações positivas superiores a 15 valores para passar e no Porto é apenas uma. Um colega de Lisboa que teve 14,75 valores na primeira, 17 na segunda e 14 na terceira reprovou, mas se estivesse no Porto tinha passado”.

As denuncias que têm chegado tanto ao sindicato como a ANTEM – algumas das quais a que Lusa teve acesso – indicam ainda que há formandos a quem foi rejeitado o acesso ao regulamento do curso, uma situação que o sindicato considera “suficiente para impugnar o curso”.

As denúncias recebidas também visam o registo das avaliações e discrepâncias entre formadores sobre a forma como a grelha de avaliação é aplicada, que, segundo o STEPH, têm levado a uma “reprovação excessiva”.

Neste momento, com o curso a meio, “já houve mais de 50 chumbos. já não estamos a falar de 200 técnicos [que o INEM disse ter contratado no início do ano]”, diz o sindicato.

Sobre esta matéria, o INEM rejeita que haja “reprovação excessiva” afirmando: “A média habitual de reprovações em formações TEPH anteriores foi aproximadamente de 10%. Neste momento, verifica-se uma taxa de reprovação de 8,5%. Concretamente, em 200 formandos, foram registadas 17 reprovações, em diversos módulos do curso”.

Além destas reprovações, o instituto diz que registou também seis desistências.

Questionado sobre se tinha recebido reclamações, o INEM confirma cinco “relacionadas com os pontos atribuídos na grelha de avaliação”.

Em novembro do ano passado, o Governo anunciou que a formação dos técnicos do INEM passaria a ser feita em colaboração com as escolas médicas a partir deste ano e, segundo disse à Lusa o presidente do Conselho de Escolas Médicas, Carlos Robalo Cordeiro, tal está a acontecer nos módulos práticos.

“Esta primeira fase será de abril a julho (…), para que depois a fase dos estágios seja da responsabilidade do INEM no período de agosto/setembro”, disse Carlos Robalo.

lusa/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

João Paulo Magalhães: É preciso investir na Prevenção, Organização e Valorização dos Médicos de Saúde Pública

João Paulo Magalhães, Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, defende para o próximo Governo três prioridades essenciais para a Saúde Pública: reforço da promoção da saúde e prevenção da doença, modernização e clarificação da organização dos serviços de Saúde Pública, e valorização das condições de trabalho e carreira dos médicos de Saúde Pública

AICEP aprovou investimentos de 300 ME em quatro empresas

A Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP) aprovou um pacote de investimento de mais de 300 milhões de euros, em quatro empresas, criando mais de 1.200 postos de trabalho, adiantou hoje o Governo.

Evoluir o SNS: Reflexão de Luís Filipe Pereira sobre o Futuro da Saúde em Portugal

Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, analisa os desafios estruturais do SNS, destacando a ineficiência do Estado nas funções de prestador, financiador e empregador. Defende a transição para um Sistema de Saúde que integre prestadores públicos, privados e sociais, promovendo eficiência e liberdade de escolha para os utentes.

Doze medidas de Saúde para qualquer novo governo

O Professor António Correia de Campos, Catedrático Jubilado e antigo Ministro da Saúde, aponta doze medidas de Saúde para qualquer novo Governo. Nelas, defende que os programas políticos para as legislativas de 18 de maio devem priorizar a integração das várias redes do sistema de saúde, reforçando a articulação entre hospitais, cuidados primários, cuidados continuados e ERPI. Propõe ainda soluções transitórias para a falta de médicos e aposta na dedicação plena para profissionais do SNS

Eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

Ana Escoval, Professora Catedrática Jubilada da ENSP (NOVA) e vogal da Direção da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, analisa as propostas dos partidos para as legislativas de 18 de maio, destacando a necessidade de inovação, integração de cuidados, racionalização de recursos e reforço da cooperação público-privada como eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights