Jovens fisicamente ativos apresentam menor risco de depressão, revela estudo norueguês

6 de Maio 2025

Um estudo norueguês acompanhou 873 jovens dos 6 aos 18 anos e concluiu que a prática regular de atividade física, especialmente a partir dos 14 anos, protege contra sintomas de depressão na adolescência, independentemente do género.

Investigadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) acompanharam, durante mais de uma década, 873 crianças e jovens no âmbito do Trondheim Early Secure Study, avaliando a relação entre atividade física e sintomas de depressão. Os participantes foram monitorizados dos 6 aos 18 anos, com medições bianuais da atividade física através de acelerómetros e entrevistas clínicas para avaliação da saúde mental.

Os resultados, agora publicados na Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, mostram que adolescentes entre os 14 e os 18 anos que aumentaram os seus níveis de atividade física apresentaram menor risco de desenvolver sintomas depressivos. Tanto o volume total de atividade diária como a proporção de atividade de intensidade elevada revelaram-se protetores. Por outro lado, jovens que reduziram a atividade física nesse período tiveram maior probabilidade de apresentar sintomas de depressão.

Curiosamente, entre os 10 e os 14 anos, não se verificou o mesmo efeito protetor, tendo-se observado até uma relação inversa: adolescentes com mais sintomas depressivos tendem a tornar-se menos ativos fisicamente. O estudo também analisou fatores como a perceção das próprias capacidades físicas, imagem corporal e participação desportiva, mas concluiu que estes não alteram a associação entre atividade física e sintomas depressivos.

Não foram identificadas diferenças significativas entre rapazes e raparigas, nem associação entre o tempo passado em atividades sedentárias e o risco de depressão. Estes dados reforçam a importância da promoção da atividade física regular durante a adolescência como estratégia preventiva para a saúde mental, alinhando-se com outras investigações que apontam benefícios mesmo para níveis moderados de atividade física.

Referência: Silje Steinsbekk, Joakim Skoog, Lars Wichstrøm, Symptoms of Depression, Physical Activity, and Sedentary Time: Within-Person Relations From Age 6 to 18 in a Birth Cohort, Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, 2025, ISSN 0890-8567, https://doi.org/10.1016/j.jaac.2025.03.018

05/05/2025

NR/HN/Alphagalileo

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