Campanha alerta para perigos dos mergulhos em águas rasas durante o verão

23 de Junho 2025

A campanha “Há saltos que podem mudar a tua vida!” alerta para o aumento de acidentes de mergulho entre jovens, com cerca de 100 casos anuais em Portugal, muitos resultando em lesões graves ou permanentes na coluna vertebral

A chegada do verão e o aumento da afluência a praias e piscinas trazem consigo um risco crescente de acidentes de mergulho, sobretudo entre jovens com menos de 35 anos. Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV), cerca de 100 portugueses sofrem anualmente lesões graves na coluna devido a mergulhos mal calculados, sendo esta uma das principais causas de paraplegia, tetraplegia e, em casos extremos, morte.

A maioria destes acidentes ocorre entre maio e setembro, coincidindo com a época balnear. As lesões resultam frequentemente de mergulhos em águas de pouca profundidade ou em locais desconhecidos, onde obstáculos como rochas ou bancos de areia não são visíveis. O impacto da cabeça contra o fundo ou um objeto provoca uma brusca flexão ou extensão do pescoço, podendo originar a fratura ou deslocação das vértebras cervicais, habitualmente C5, C6 ou C7. Estas lesões causam compressão da medula espinal, levando a paralisia dos membros inferiores (paraplegia) ou de todos os membros (tetraplegia), e podem ser fatais se a fratura ocorrer nos segmentos superiores da coluna.

Os sinais de alerta incluem dor local, perda de força ou incapacidade de movimentar braços ou pernas, formigueiro, dormência, alterações do estado de consciência, dificuldades respiratórias e perda de controlo da bexiga ou intestinos. Mesmo que apenas exista dor após o impacto, é fundamental procurar avaliação médica imediata, pois a ausência de outros sintomas não exclui lesões graves.

A SPPCV está a promover a campanha nacional “Há saltos que podem mudar a tua vida!”, com o objetivo de sensibilizar para comportamentos responsáveis. Recomenda-se verificar sempre a profundidade da água antes de mergulhar, evitar zonas rasas ou com obstáculos, respeitar a sinalização e permanecer em áreas supervisionadas. É igualmente desaconselhado mergulhar sob o efeito de álcool, correr em redor da piscina e mergulhar de cabeça no mar; a entrada deve ser sempre feita a andar.

Em caso de acidente, deve contactar-se imediatamente o 112 e nunca mover a vítima, pois qualquer movimento pode agravar a lesão. A campanha será divulgada nas redes sociais da SPPCV e em suportes das autarquias e entidades responsáveis pela supervisão das zonas balneares durante toda a época balnear. Mais informações disponíveis em www.sppcv.pt

Acesso ao comunicado de imprensa: PR-Mergulhos-mal-calculados-continuam-a-preocupar-medicos-e-a-afetar-jovens-1.docx

PR/HN

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