Os autores do trabalho, publicado na revista médica britânica The Lancet, lembram que medidas adicionais, como a higienização das mãos, são essenciais para reduzir as probabilidades de transmissão da infeção.
A meta-análise, em parte financiada pela Organização Mundial da Saúde, destinatário do trabalho, sintetiza a informação de dezenas de estudos divulgados até 03 de maio, em 16 países, sobre meios de prevenção da transmissão da covid-19 e das doenças respiratórias infecciosas semelhantes SARS e MERS, igualmente causadas por coronavírus (família de vírus) mas estirpes diferentes do SARS-CoV-2, que provoca a covid-19.
Os estudos reúnem informação sobre as medidas de prevenção da transmissão da infeção na covid-19, SARS e MERS entre doentes ou suspeitos e contactos próximos, como familiares, cuidadores e profissionais de saúde.
A análise de dados de nove estudos, que incluíram 7.782 participantes, concluiu que o risco de infeção cai de 13% para 3% quando as pessoas se mantêm afastadas mais de um metro e não apenas um metro da pessoa infetada.
Os autores ressalvam que o grau de certeza da avaliação de risco que foi feita é moderado, assinalando que nenhum dos estudos quantificou se o distanciamento físico acima de dois metros é mais eficaz.
Treze estudos, que englobaram 3.713 participantes, concluíram que o risco de infeção ou transmissão dos vírus da covid-19, SARS e MERS diminui dos 16% para os 6% quando uma pessoa usa viseiras ou óculos.
Segundo os investigadores que conduziram a meta-análise, o nível de certeza da avaliação do risco associado à utilização de meios de proteção ocular é, no entanto, baixo.
Por sua vez, a análise de dados de dez estudos, que integraram 2.647 participantes, concluiu que o risco de infeção ou contágio cai de 17% para 3% quando é usada uma máscara.
Mais uma vez, o grau de certeza da avaliação do risco é baixo, sendo que foi considerado, sobretudo, o uso de máscara nos agregados familiares e entre os contactos próximos de casos de infeção.
Os autores da meta-análise reconhecem algumas limitações no seu trabalho, como o facto de a maioria dos estudos reportar-se à SARS e à MERS e o efeito do tempo de exposição aos vírus destas duas doenças e da covid-19 no risco de transmissão não ter sido verificado.
A nível global, de acordo com um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia da covid-19 já provocou mais de 372 mil mortos e infetou mais de 6,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,5 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.424 pessoas das 32.700 confirmadas como infetadas, e há 19.552 casos recuperados, segundo a Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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