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Sociedade civil: um parceiro fundamental para o sucesso
A sociedade civil, definida pela União Europeia como todas as formas de ação social levadas a cabo por indivíduos ou grupos que não emanam do Estado nem são por ele determinadas, tem um papel determinante na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos por serem capazes de darem resposta rápida e de qualidade a um conjunto diverso de situações, por serem estruturas de apoio e por defenderem os direitos de cidadãos com interesses comuns.
A sua função é muitas vezes complementar ao Estado. É fundamental que a sociedade civil seja envolvida em todos os níveis de tomada de decisão, em particular na saúde o envolvimento das organizações que representam os doentes é crucial para o debate e para a tomada de decisão por trazerem a visão desburocratizada da realidade e por contribuírem com dados concretos da vida com uma determinada patologia. Sem esta visão as decisões são piores, mais descentradas das pessoas e muitas vezes desligadas da realidade.
Os tempos atuais são um bom exemplo do impacto da sociedade civil. Ninguém estava, não podia estar, preparado para a pandemia que estamos a viver, mas muitas organizações da sociedade civil foram capazes de reagir, de se adaptar e de serem um apoio fundamental para os cidadãos.
Gostaria de realçar as iniciativas da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) nos últimos três meses que em muito contribuíram para o bem-estar das pessoas com diabetes. A linha de apoio telefónico criada logo no início da pandemia foi muito importante para esclarecer as dúvidas que surgiram, mas também porque proactivamente foram efetuadas chamadas para saber como estavam as pessoas. Esta proatividade fez a diferença.
Nesta área de destacar também o conjunto de conferências/debates em plataformas digitais que a APDP dinamizou e que muito contribuíram para a melhor compreensão da situação atual e das atitudes a tomar que permitem minimizar o impacto negativo na saúde, como por exemplo o impacto da pandemia a nível psicológico.
O confinamento, o medo associado à pandemia, a incerteza no futuro, entre outros fatores foram discutidos abertamente. No que diz respeito às muitas dúvidas sobre situações laborais e dos direitos das pessoas com diabetes uma palavra também para o Gabinete do Cidadão da APDP que muito contribuiu para esclarecer as muitas dúvidas nesta área e para ajudar na resolução de casos concretos.
Na defesa dos interesses das pessoas com diabetes, a APDP tem tido uma intervenção forte no sentido de ver consagrado pelo Estado de um conjunto de direitos inerentes ao risco acrescido de haver complicações graves associadas ao Covid-19, como por exemplo o Despacho que retirou, indevida e injustificadamente, as pessoas com diabetes da população com proteção especial.
Em relação ao apoio clínico a APDP passou para o regime de teleconsultas, disponibilizou um manual (acessível em www.apdp.pt/coronavírus-e-diabetes ) e efetuou a entrega de medicamentos ao domicílio. Desta forma garantiu que todos continuavam a ter acesso aos cuidados médicos que necessitavam.
A APDP é a associação de pessoas com diabetes mais antiga do Mundo e desde a sua criação que tem as pessoas como o centro da sua intervenção contribuindo para o seu empoderamento e para a sua educação terapêutica. APDP desde 1926 a melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes!
O Serviço Nacional de Saúde teve um papel determinante no controlo da pandemia, a minha imensa homenagem a todos os técnicos de saúde que na linha da frente lutam diariamente para dar o melhor tratamento, e conforto, possível a cada um, mas esse papel teve complementaridade na Sociedade Civil, que foi capaz de dar respostas às necessidades das pessoas.
Parabéns pelo artigo destacando o excelente trabalho e a rápida adaptação da APDP às condições da pandemia.