População do Carregado faz vigília quarta-feira contra falta de médicos de família

21 de Setembro 2021

A população do Carregado, no concelho de Alenquer, vai fazer uma vigília no Centro de Saúde a partir das 20:00 de quarta-feira contra a falta de médicos de família e pela ausência de respostas das autoridades competentes.

Em comunicado, a Comissão de Moradores do Carregado adianta que a decisão de avançar com uma vigília no Centro de Saúde do Carregado/Cadafais decorre da ausência de respostas por parte do Ministério da Saúde e da Câmara Municipal de Alenquer, no distrito de Lisboa, para resolver o problema.

A população do Carregado já tinha realizado um protesto em 09 de setembro contra a falta de médicos de família e de cuidados de saúde primários, numa ação promovida pela comissão de moradores da freguesia.

“Após a realização da concentração realizada no passado dia 09 de setembro, mantém-se a ausência de resposta, por parte do Ministério da Saúde, àquele que é um grave problema na prestação de cuidados primários de saúde no Carregado, o que está a deixar alguns milhares de utentes sem acesso aos cuidados”, sublinha a comissão na nota.

De acordo com a comissão, “até ao momento nem o Ministério, nem a Câmara Municipal de Alenquer, nada disseram sobre as medidas que estão a tomar para superar esse grave problema”.

A comissão lembra que há cerca de 16.453 mil utentes, sendo que destes apenas 1.784 têm médico de família.

“A unidade de saúde tem apenas um médico de família em permanência. Nos últimos meses é crescente o número de pessoas que para guardar a sua vez, são forçadas a pernoitar junto do centro de saúde, na rua, ou dentro dos seus veículos. É uma vergonha”, denuncia a comissão.

A diretora do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Estuário do Tejo, Sofia Theriaga, confirmou em 09 de setembro que 86% dos utentes não têm médico de família atribuído.

Sofia Theriaga admitiu que, nos meses em que a pandemia de Covid-19 esteve mais ativa no país, “não houve consultas e o acesso aos cuidados de saúde foi muito limitado” e que agora “está a haver uma procura enorme e desmesurada”.

Ainda assim, esclareceu que “estão a ser assegurados os mínimos”, recomendando à população que não recorra às “consultas do dia”, por serem em número limitado, mas antes tente programar consultas, para não ter de se deslocar de véspera à unidade.

Contudo, apesar das dificuldades na colocação de médicos, a responsável do ACES esclareceu que existem outros médicos prestadores de serviços, a trabalhar num total de 153 horas por semana, a reforçar as consultas.

Devido à falta de médicos de família, a população é obrigada a recorrer à urgência do Hospital de Vila Franca de Xira, referiu a comissão.

LUSA/HN

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