As manifestantes reuniram-se ao final da tarde na Praça da Cinelândia, tradicional local de protestos no centro da cidade, onde criticaram a “falta de sensibilidade” do mandatário.
Exibindo cartazes e algumas delas usando instrumentos musicais, exigiram que o veto seja derrubado e pediram a saída de Bolsonaro do poder.
“Temos um Presidente que está contra isso, que não ajuda, que só tira o básico à população. Estamos retrocedendo, é algo sem precedentes”, disse à agência espanhola Efe Susana de Oliveira, de 47 anos.
Durante o protesto, as manifestantes também doaram diversos tipos de produtos menstruais para as mulheres mais necessitadas.
Na semana passada, Bolsonaro vetou parte de um projeto de lei aprovado pelo Parlamento que previa a entrega gratuita de produtos como pensos higiénicos e tampões para mulheres em situação de vulnerabilidade social, como as que vivem nas ruas, as presidiárias ou adolescentes de famílias com baixos rendimentos e que estudam em escolas públicas.
O projeto faz parte de um amplo pacote de leis para promover a saúde menstrual no país, onde uma em cada quatro meninas já parou de ir à escola por não poder comprar um penso higiénico, segundo um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU).
Pelos cálculos do Senado, o projeto beneficiaria cerca de 5,6 milhões de brasileiras, pelo que o veto presidencial gerou uma onda de críticas de setores políticos e sociais, que classificaram a resposta de Bolsonaro como “absurda”.
“O veto quase integral de Bolsonaro ao Projeto de Lei dos absorventes [pensos higiénicos] é um atentado à dignidade das meninas e das mulheres mais vulneráveis. Todos têm que se posicionar contra este absurdo”, escreveu nas suas redes sociais a deputada Tabata Amaral, do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e coautora da proposta.
Bolsonaro, por sua vez, justificou que foi “obrigado” a vetar partes da medida porque não foi especificada a origem dos recursos financeiros para o projeto, justificação que foi duramente criticada pelos legisladores e até por alguns aliados do mandatário.
No meio da forte repercussão negativa que o veto casou, o Governo informou posteriormente que iria “reavaliar” a “viabilidade” da distribuição de pensos higiénicos, tampões e outros produtos sanitários.
LUSA/HN
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