Descobertos novos alvos para ensaios sobre o cancro cerebral

31 de Julho 2020

O Glioblastoma é uma forma agressiva de cancro no cérebro e é tratado com cirurgia seguida de quimioterapia ou radioterapia. Ainda assim, o as células do glioblastoma conseguem evadir o tratamento e os tumores podem regressar. O prognóstico é fraco – o paciente sobrevive em média 12 a 18 meses depois de ser diagnosticado.

Mais de 200 genes com novos e conhecidos papeis no glioblastoma – o mais agressivo tipo de cancro no cérebro – oferecem novos alvos promissores para medicamentos. Investigadores do Instituto Wellcome Sanger, do Hospital Addenbrooke e dos seus colaboradores criaram um novo modelo com ratos para mostrar pela primeira vez como uma mutação no conhecido gene cancerígena EGFR origina glioblastoma, e funciona com uma seleção de mais de 200 outros genes para guiar o cancro.

Os resultados publicados hoje (30 de julho) na Genome Biology apresentam o primeiro modelo com ratos do género, que está disponível para a comunidade investigativa para que se possam fazer avanços em novos tratamentos para este tipo letal de cancro cerebral.

O Glioblastoma é uma forma agressiva de cancro no cérebro e é tratado com cirurgia seguida de quimioterapia ou radioterapia. Ainda assim, o as células do glioblastoma conseguem evadir o tratamento e os tumores podem regressar. O prognóstico é fraco – o paciente sobrevive em média 12 a 18 meses depois de ser diagnosticado.

Novos tratamentos com alvos e imunoterapias estão atualmente em desenvolvimento para ajudar os pacientes com blioblastoma. Ainda se desconhece o que leva o glioblastoma a expandir. Num novo estudo, investigadores do Instituto Wellcome Sanger e os seus colaboradores criaram um novo modelo com ratos com o glioblastoma para investigar quais os genes implicados no cancro.

O modelo mostrou que o conhecido gene cancerígena EGFR (fator recetor de crescimento epidermal) pode, sozinho, iniciar o crescimento de tumores cerebrais em ratos, resultado em tumores que foram altamente representativos de glioblastomas humanos.

O Dr. Imran Noorani, um autor correspondente anteriormente do Wellcome Sanger Institute agora baseado no Hospital Addenbrooke e na Universidade de Cambridge, disse: “Criámos o novo modelo com ratos para estudar o cancro cerebral letal em humanos, glioblastoma. Pela primeira vez, mostrámos que o gene o gene do cancro que nos é familiar, o EGFR, é capaz de iniciar o glioblastoma e identificámos novos genes condutores cujo potencial como alvo terapêutico merece ser explorado”.

Para identificar que genes ajudam o EGFR a conduzir o cancro, a equipa utilizou uma técnica de transplantação PiggyBac – uma pequena secção de ADN inserida em partes diferentes do genoma para introduzir mutações. Isto revelou mais de 200 mutações novas e conhecidas em genes supressores do tumor que estavam a trabalhar com o EGFR para conduzir o crescimento do tumor cerebral.

A equipa comparou resultados com sequências de genoma humano de pacientes com glioblastoma e descobriu muitas mutações genéticas encontradas tanto em humanos como em ratos.

Os dados genómicos humanos contêm muitas mutações implicadas no glioblastoma, sem clara indicação de que mutações específicas conduzem o cancro. Com o novo modelo com ratos, a equipa foi capaz de diminuir o número de mutações que causa o blioblastoma, em que se vão focar futuros desenvolvimentos de medicamentos.

O professor Allan Bradley, anteriormente Diretor do Instituto Wellcome Sanger, e agora Chefe de Ciência do Kymab e professor no Departamento de Medicina da Universidade de Cambridge disse: “Os pacientes com Glioblastoma requerem com urgência novas terapias com alvo. Infelizmente, tumores de glioblastoma podem ser altamente resistentes a terapias que almejam moléculas específicas, uma vez que existem muitos outros marcadores genéticos que podem tomar conta da progressão do cancro”. Este novo modelo com ratos traz o elo que faltava na tradução das descobertas de novos tratamentos potenciais testados em ratos em ensaios clínicos”.

NR/HN/João Daniel Ruas Marques

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