Estudo aponta a beldroega-do-mar como ingrediente alimentar emergente

2 de Novembro 2021

Um estudo liderado por uma equipa da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC) demonstrou que em termos nutricionais a beldroega-do-mar é um ingrediente alimentar emergente.

O estudo tinha como objetivo “determinar o perfil mineral, nutricional e a atividade biológica de uma halófita, a beldroega-do-mar”, refere a instituição, numa nota de imprensa enviada a agência Lusa.

A equipa de investigadoras é constituída por Aida Moreira da Silva, Maria João Barroca, Arona Pires, Sandrine Ressurreição e Sílvia Agreira.

O trabalho permitiu concluir que, “em termos nutricionais”, a beldroega-do-mar pode ser considerada uma “boa fonte de fibra, de proteína e de lipídios, apresentando uma maior concentração destes nutrientes do que nalgumas espécies de salicórnia adequadas para consumo humano, sendo consideradas alimentos funcionais promissores”.

Este ingrediente foi colhido nas marinhas de sal da Figueira da Foz.

Ao analisar a beldroega-do-mar, a equipa verificou uma alta concentração de minerais naturais: o sódio, o potássio, o cálcio, o magnésio, o cobre e o fósforo.

“Quanto ao manganês, embora tenha sido detetada uma baixa concentração deste mineral, a equipa apurou que a ingestão de 100 gramas de folhas frescas fornece 74% da dose diária recomendada para adultos”, lê-se na nota.

O extrato de folhas da beldroega-do-mar apresentou também “alto teor de compostos fenólicos e maior teor em flavonóides, quando comparado a outras halófitas como a Ipomoea pes-caprae, conhecido popularmente como salsa-da-praia ou pé-de-cabra”.

Foi ainda identificada uma “atividade antioxidante superior a extratos de outras espécies halófitas, do género Suaeda”.

De acordo com a nota, as folhas desidratadas desse extrato revelaram que esta planta pode ser utilizada como substituído do sal e é uma boa alternativa enquanto intensificador das características dos produtos, proporcionando benefícios à saúde dos consumidores.

“Este novo ingrediente, testado em dois alimentos modelo, a massa fresca e a manteiga, obtiveram uma boa avaliação sensorial”.

As conclusões do estudo constam no artigo “Sea Purslane as an Emerging Food Crop: Nutritional and Biological Studies”, recentemente publicado pela editora Multidisciplinary Digital Publishing Institute (MDPI) e acessível Aqui.

LUSA/HN

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