Cidade Universitária recebe mais de mil utentes por dia para reforço da vacina

10 de Novembro 2021

Mais de mil utentes estão a recorrer diariamente ao centro de vacinação na Cidade Universitária, em Lisboa, a maioria idosos e muitos com o apoio de canadianas ou em cadeiras de rodas e acompanhados, dada a fragilidade desta faixa etária.

Desde que abriu na segunda-feira a modalidade “casa aberta” para as pessoas com 80 ou mais anos, a afluência ao centro de vacinação para receber a terceira dose da vacina contra a covid-19 e contra a gripe aumentou.

Depois de um primeiro dia de longas esperas, não se voltaram a registar mais demoras.

“Na segunda-feira tivemos de facto uma afluência muito grande de pessoas com mais de 80 anos sem marcação para fazerem a terceira dose da vacina contra a covid-19”, disse hoje à agência Lusa a diretora-executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lisboa Norte, Eunice Carrapiço.

Nos dias seguintes, os idosos continuaram a aparecer para a modalidade “casa aberta” e foram sendo vacinados “no meio das pessoas que têm agendamento”, mas, adiantou Eunice Carrapiço, “tanto ontem [terça-feira] como hoje a vacinação tem fluído normalmente”.

Diariamente são vacinadas cerca de mil a 1.300 pessoas, mas o número de vacinas administradas é “muito superior”, sendo às vezes quase o dobro porque são duas vacinas.

Além da modalidade “casa aberta” há os agendamentos. Só hoje, eram cerca de 900 de pessoas com mais de 70 anos que fizeram o autoagendamento com hora e dia marcada, disse a médica, sublinhando que, apesar desta atividade, “o centro funciona na sua total capacidade e sem qualquer tipo de fila de espera”.

“É sempre preferível que possa haver um pré-agendamento”, mas, admitiu, os maiores de 80 anos têm algumas dificuldades com os SMS e por isso tem “recorrido muito” à “casa aberta”.

Bugalho de Almeida, 79 anos, deslocou-se ao centro de vacinação para, juntamente com a mulher, receber a terceira dose da vacina contra a covid-19, uma vez que já tinham levado a da gripe

À Lusa contou que tinha feito o agendamento para “daqui a uns dias”, mas como não era possível comparecer nesse dia decidiu antecipar a data.

Para Bugalho de Almeida, este reforço da vacina é “fundamental”, justificando: “Tanto quanto é do meu conhecimento as duas doses anteriores não dão uma cobertura de 100% e, portanto, as pessoas podem continuar a infetar-se, embora existam menos hospitalizações e, sobretudo, menos casos graves a necessitarem de cuidados intensivos nos indivíduos vacinados. o que é algo extremamente positivo”.

“A terceira dose virá reforçar a imunidade que os idosos, como eu, já vão tendo cada vez menos e, portanto, é fundamental, este reforço”, sustentou.

Nascida a 02 de dezembro de 1937, como fez questão de dizer, Maria Adelaide Mota foi hoje levar a vacina da gripe, duas semanas depois de ter tomado a da covid-19.

“Não quis levar a da gripe ao mesmo tempo porque era muita coisa para mim porque sou uma doente de alto risco”, disse Maria Adelaide Mota, que foi acompanhada com uma amiga.

Contou que não teve nenhuma reação a qualquer toma da vacina: “Só tinha era fome”, disse, soltando uma gargalhada.

Eunice Carrapiço adiantou que em “vários milhares” de vacinas administradas no processo de vacinação não se registou nenhuma reação adversa grave.

Apesar de a maioria das pessoas que esperava pela sua vez na sala de espera para ser vacinado ser idosa, também se encontravam no local vários jovens.

Ainda aparecem “bastantes jovens” porque decidiram vacinar-se agora ou porque não o puderam fazer porque tiveram covid-19, entre outras razões, disse a enfermeira Mónica Palha.

A enfermeira Paula Neto, que tal como Mónica Palha está desde o início no processo de vacinação, explicou que nesta fase, apesar de as pessoas estarem a aderir, tem havido “muitas falhas” nos convocados no agendamento do dia, mas vão “sempre mais utentes que não estão marcados”.

Alguns, contou, apresentam algumas dúvidas e receio por serem vacinados com duas vacinas.

“Normalmente perguntam se devem ou não fazer as duas juntas. Outros que tiveram covid e que têm algumas dúvidas se eventualmente terão de fazer ou não mais alguma dose da vacina. Basicamente são essas as dúvidas que eles têm”, contou Paula Neto.

Mónica Palha acrescentou que acabam por esclarecer essas dúvidas e às vezes não podem administrar a vacina contra a covid-19 porque ainda não passaram seis meses e fazem apenas a da gripe, uma situação que acontece nos casos que não estão agendados.

Atualmente, estão no centro de vacinação cerca de 50 profissionais, entre os quais enfermeiros, médicos, elementos da Proteção Civil e da Câmara de Lisboa, mas até ao final do verão chegaram a ser mais de 100.

“É uma equipa que apesar de virem de sítios diferentes trabalham num verdadeiro espírito de equipa”, comentou Eunice Carrapiço.

LUSA/HN

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