O tratamento é o resultado de uma investigação conjunta entre a Universidade Tsinghua, o Hospital Popular Número Três, da cidade de Shenzhen, e a empresa Brii Biosciences, com sede na China e nos Estados Unidos, afirmou o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.
“O corpo humano produz grande quantidade de anticorpos, mas nem todos têm eficácia antiviral. A nossa pesquisa visa selecionar os mais fortes, para que possam ser usados como medicamentos no tratamento de pacientes infetados”, explicou o professor da Faculdade de Medicina da Universidade Tsinghua, Zhang Linqi, citado pelo jornal.
Dados divulgados até à data indicaram que este tipo de medicamento seria utilizado no tratamento de casos leves ou moderados de Covid-19.
No final de agosto, a Brii Biosciences tinha anunciado que o tratamento demonstrou uma redução de até 78% nas hospitalizações e mortes por Covid-19, durante a terceira fase de ensaios clínicos realizados nos Estados Unidos, no Brasil, na África do Sul, no México, na Argentina e nas Filipinas.
Na China, a terceira fase de testes é liderada pelo cientista Zhong Nanshan e ocorre nas cidades de Cantão e Shenzhen, ambas na província de Guangdong (sudeste), e em Nanjing e Yangzhou, na província de Jiangsu (leste).
Até à data, a droga experimental foi administrada a mais de 700 pacientes que contraíram a doença, durante a recente e ainda ativa onda de surtos no país asiático, atribuídos à variante Delta.
Empresas e instituições chinesas também estão a desenvolver outros dois medicamentos contra o novo coronavírus.
A farmacêutica estatal Sinopharm, responsável por duas vacinas contra a Covid-19 que estão a ser usadas em vários países, está a desenvolver uma terapia baseada no plasma de pacientes recuperados e cujos ensaios clínicos vão começar, em breve, nos Emirados Árabes Unidos.
A empresa de biotecnologia Kintor está a trabalhar numa terceira fórmula, também em fase de testes.
A China somou 98.337 infeções e 4.636 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, de acordo com dados da Comissão de Saúde chinesa.
O país descartou coexistir com o vírus e mantém uma política de “tolerância zero”, que inclui fechar as fronteiras e a aplicação de restritas medidas de confinamento e quarentena sempre que são detetados surtos.
A Covid-19 provocou pelo menos 5.098.386 mortes em todo o mundo, entre 253,17 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.265 pessoas e foram contabilizados 1.108.462 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
LUSA/HN
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