“Precisamos de facto do reforço da atração de médicos. A questão das carreiras é, para eles [médicos], uma questão central. O congelamento das carreiras – que já dura desde o tempo do Governo de Sócrates -, e a questão dos salários, enquanto não forem resolvidas, não teremos o Serviço Nacional de Saúde que desejamos para o nosso país. E isto é uma opção política de fundo”, disse Jerónimo de Sousa.
O líder comunista falava aos jornalistas depois de uma visita ao Hospital de São Bernardo, que integra o Centro Hospitalar de Setúbal, onde se verificou o pedido de demissão de 87 médicos responsáveis por vários serviços daquela unidade hospitalar, e que a própria Ordem dos Médicos diz ser um dos hospitais do SNS com mais problemas, devido à falta de instalações adequadas e de profissionais médicos.
“Nós viemos ver esta realidade hospitalar, um meio importantíssimo para 250 mil pessoas que, num território muito disperso, enfrentam os problemas que são conhecidos e, particularmente, aquilo que é hoje um problema para o Serviço Nacional de Saúde, designadamente a carência de profissionais, particularmente de médicos. Há especialidades que não têm, por exemplo, um anestesista”, disse.
“São situações de grande carência em diversos serviços e um esforço imenso dos profissionais de saúde, que, muitas vezes, perante injustiças – porque os seus salários não evoluem, porque as suas carreiras estão congeladas, com a falta de respostas e com o trabalho exigente que têm nas mãos -, muitas vezes, como aconteceu com os diretores de serviço, tiveram um grito de alerta, tendo em conta a situação em que se encontram”, acrescentou.
Segundo Jerónimo de Sousa, que lembrou o contributo do PCP para o investimento de 17 milhões de euros previsto para a ampliação do Hospital de São Bernardo, o SNS precisa de mais investimento e de atrair médicos e enfermeiros para o país, para a “defesa da saúde e do direito à própria saúde” dos portugueses.
“Esta questão central, de ter mais profissionais de saúde, e o cumprimento e respeito pelas suas carreiras, creio que era meio caminho andado para resolvermos os muitos problemas que atualmente existem no SNS”, concluiu o líder do PCP.
LUSA/HN
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