Cabo Verde e São Tomé e Príncipe sem mortes por malária desde 2018

6 de Dezembro 2021

Cabo Verde e São Tomé e Príncipe registam zero mortes por malária desde 2018, enquanto Moçambique e Angola representam, juntos, mais de 7% do número de casos da doença no mundo, revela o Relatório Mundial da Malária, esta segunda-feira publicado.

O relatório anual, realizado pela Organização Mundial de Saúde, conclui que as perturbações provocadas pela pandemia de Covid-19 fizeram aumentar em 47.000 o número de mortes por malária no mundo, mas o pior cenário, que apontava para uma duplicação da mortalidade, não se concretizou.

A nível global, o número de casos de malária aumentou em 14 milhões – de 227 milhões em 2019 para 241 milhões em 2020 – e a doença matou 627 mil pessoas em 2020, mais 69 mil (12%) do que no ano anterior, sendo dois terços dessas mortes atribuídas às perturbações provocadas pela pandemia.

A África subsaariana é de longe a região do mundo mais afetada pela malária, com quase 95% de todos os casos e 96% das mortes registadas globalmente em 2020.

Segundo os dados disponíveis no relatório, Moçambique é o quarto país com mais casos de malária no mundo em 2020, depois da Nigéria, República Democrática do Congo e Uganda.

Com 10 milhões de casos e quase 24 mil mortos, o país representa 4,2% do total de casos e 3,8% do total de óbitos.

Angola é o quinto país com mais casos, com 8,2 milhões de infetados, o que representa 3,4% do total de casos registados no mundo em 2020.

Já na mortalidade, Angola regista cerca de 16 mil mortes por malária, o que representa 2,6% do total e coloca o país como o 9.º país com mais óbitos.

Juntos, Angola e Moçambique representam 7,6% dos casos e 6,4% das mortes no mundo.

Angola foi também um dos cinco países africanos que registaram maiores aumentos da incidência da malária entre 2015 e 2020, enquanto Moçambique e São Tomé e Príncipe conseguiram reduzir a incidência ao longo desses cinco anos, embora não atinjam o objetivo definidos para 2020 pela Estratégia Técnica Global para a malária, que visava uma redução da incidência da malária em 40% relativamente aos números de 2015.

Apenas Cabo Verde, a Etiópia, a Gâmbia, o Gana e a Mauritânia alcançaram este objetivo, enquanto a Argélia já tinha sido em 2019 certificada como livre de malária.

Cabo Verde e São Tomé e Príncipe registaram zero mortes por malária desde 2018 e Cabo Verde registou zero casos endógenos da doença pelo segundo ano consecutivo, enquanto São Tomé e Príncipe registou 1.933 casos.

Segundo os números do relatório, a Guiné-Bissau registou 175 mil casos de malária e 1.021 mortes pela doença em 2020, o que representa um aumento inferior a 25% face aos números de 2015 (136 mil casos e 768 mortes).

A Guiné Equatorial registou no ano passado 337 mil casos e 674 mortes por malária, menos do que os 390 mil casos e 706 mortos de 2015.

Timor-Leste, que não regista qualquer morte por malária desde 2017 e tinha registado zero casos em 2018 e 2019, registou três casos de infeção em 2020.

Com 167 mil casos e 42 mortes em 2020, o Brasil é o segundo país com mais casos na região das Américas, a seguir à Venezuela, e o terceiro com mais mortos, a seguir à Venezuela e ao Haiti.

Venezuela, Brasil e a Colômbia representam 77% de todos os casos na região das Américas.

A malária é uma doença provocada por um parasita transmitido pela picada de um mosquito e mata centenas de milhares de pessoas no mundo, sobretudo em África e maioritariamente crianças com menos de 5 anos.

LUSA/HN

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