O caso de uma mulher infetada com o coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença, que morreu num hospital da região de Paris depois de ter mostrado um certificado de vacinação falso chamou a atenção da imprensa francesa nos últimos dias.
O diretor da unidade de cuidados intensivos do hospital declarou que teriam imediatamente dado à mulher tratamento com anticorpos se soubessem que ela não estava vacinada.
As autoridades francesas identificaram vários milhares de certificados de vacinação falsos em uso por toda a França, disse o ministro do Interior, Gerald Darmanin, ontem à rádio RTL, acrescentando que foram abertas 400 investigações sobre a venda de passes sanitários falsos, incluindo algumas “ligadas a profissionais de saúde”.
Darmanin não precisou, contudo, quantas pessoas foram até agora detidas e também não forneceu outros pormenores.
O Governo francês está a tornar mais rígidas as regras sobre os passes, exigidos para entrar em qualquer restaurante e num número crescente de eventos e espaços: para obter um, é necessário mostrar um comprovativo de vacinação completa, um teste negativo feito há menos de 24 horas ou um documento recente que ateste a recuperação de Covid-19.
Com mais casos confirmados de infeção num dia da semana passada do que em qualquer outro período da pandemia, França está a intensificar os esforços para acelerar a vacinação, na esperança de que tal seja o suficiente para reduzir a pressão sobre os hospitais.
Metade das unidades de cuidados intensivos do país está ocupada por doentes com Covid-19, algumas regiões estão novamente a adiar cirurgias não-urgentes e mais de 100 pessoas morrem diariamente em consequência da doença.
O executivo encerrou as discotecas e impôs medidas de distanciamento social mais severas, mas está a tentar evitar um novo confinamento.
O ministro da Saúde, Olivier Veran disse ao jornal Le Parisien que embora “a vaga pandémica seja violenta”, há sinais de que o aumento do número de casos está a começar a abrandar, acrescentando ainda que 90% das pessoas com mais de 65 anos já levaram a dose de reforço da vacina.
A Covid-19 causou pelo menos 5.300.591 mortes em todo o mundo, de entre mais de 269,02 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa France-Presse (AFP), com base em dados oficiais.
Em Portugal, morreram, desde março de 2020, 18.658 pessoas e foram contabilizados 1.192.288 casos de infeção, de acordo com dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, já foram notificadas infeções em mais de 60 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
LUSA/HN
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