“Estamos a assistir a cancelamentos de última hora no seguimento das restrições, devido ao agravar da pandemia. Continuamos a ter reservas, mas as nossas previsões, que eram muito otimistas para este fim de ano, não se confirmam”, afirmou o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).
Segundo Elidérico Viegas, as novas restrições e o agravamento da pandemia têm levado a “muitos cancelamentos”, sobretudo por parte dos portugueses, que são quem mais procura a região nesta altura do ano, e também a uma menor procura.
“Embora continue a haver procura, os dados que temos agora não nos permitem confirmar as previsões que tínhamos”, referiu aquele dirigente, manifestando a esperança de que, ao longo da semana, possa haver reservas de última hora, caso se verifique um abrandamento no número de novos casos.
Face ao agravamento da situação epidemiológica em Portugal, devido à variante Ómicron, o Governo decidiu antecipar as medidas previstas para a chamada “semana de contenção de contactos”, que seria só em janeiro, para as 00:00 de dia 25 de dezembro.
Entre as medidas decretadas está a obrigatoriedade de apresentação de teste negativo em estabelecimentos turísticos e de alojamento local, quando antes apenas era exigida a apresentação de certificado digital.
Entre as medidas conta-se ainda a obrigatoriedade de apresentação de teste negativo à Covid-19 em restaurantes, casinos e festas de passagem de ano nos dias 30 e 31 de dezembro e 01 de janeiro.
Segundo o presidente da maior associação hoteleira regional, estas restrições “afetam mais os similares [restaurantes e outros estabelecimentos] do que os hotéis e empreendimentos que organizam os seus próprios ‘réveillons’”, apesar do impacto negativo também para o setor do alojamento.
Elidérico Viegas considera que as imposições denotam “um excesso de zelo por parte do Governo, uma vez que os hotéis e os empreendimentos “constituem modelos de boas práticas”, argumentando que as exigências “são desajustadas da realidade”.
De acordo com aquele responsável, apesar de as expectativas de ocupação no Algarve durante este período serem melhores do que as registadas em 2020, “ficam muito aquém” de 2019.
“Tínhamos perspetivas bastante otimistas, na linha do que vinha acontecendo desde o verão, com o aumento da procura, sobretudo por parte do mercado interno, e uma vez que o fim de ano se caracteriza por um aumento da procura por parte dos portugueses, tínhamos essas expectativas”, reiterou.
Elidérico Viegas lembrou, ainda, que mais de 40% dos hotéis e empreendimentos no Algarve estão atualmente encerrados, o que já acontecia antes, por se tratar da época baixa do turismo.
LUSA/HN
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