Portugal, Suécia e Finlândia concentravam maioria das moratórias no fim do ano

8 de Fevereiro 2022

A agência de ‘rating’ DBRS Morningstar revelou esta terça-feira que Portugal, Suécia e Finlândia concentravam, no final do ano, a maioria das moratórias de crédito ainda a decorrer na Europa e que totalizavam perto de 10 mil milhões de euros.

Num ‘webinar’ sobre o ‘outlook’ (perspetiva) do setor bancário europeu para 2022, Maria Rivas, vice-presidente da agência para as instituições financeiras globais, indicou que, numa amostra de 35 bancos europeus, a maioria das moratórias “já tinha expirado no fim de junho de 2021” e, das que ainda estavam em vigor, grande parte expirou “no fim de 2021”.

Assim, no final do ano passado, as moratórias ainda em vigor totalizavam perto de 10 mil milhões de euros e estavam concentradas em alguns bancos em Portugal, Suécia e Finlândia, referiu, sublinhando que a agência espera que estejam terminadas “no primeiro trimestre de 2022”.

O valor dos empréstimos abrangidos por moratórias tem vindo a cair e, em novembro de 2021, atingiu 1,2 mil milhões de euros, menos de metade do que em outubro, divulgou o Banco de Portugal (BdP), no final do ano.

Maria Rivas, por sua vez, indicou ainda que os custos de risco das instituições bancárias se têm vindo a reduzir e já estão até abaixo dos níveis de 2019. A qualidade dos ativos também não se deteriorou, defendeu.

Ainda assim, alertou, é provável que a qualidade dos ativos se possa deteriorar em 2022 “em países em que a recuperação económica historicamente demora mais”.

No mesmo ‘webinar’, a também vice-presidente para as instituições financeiras globais, Vitaline Yeterian, alertou para necessidade de as instituições bancárias continuarem a implementar medidas de redução de custos.

Elisabeth Rudman, que lidera a divisão de instituições financeiras europeias, alertou ainda para os problemas que a banca pode ter quando está exposta a setores em dificuldades por causa da pandemia, como o do turismo.

Na sua análise sobre o setor, publicada em 27 de janeiro, a DBRS mostrou-se menos pessimista com os bancos europeus do que há um ano, mas estimou que terão dificuldade em manter os lucros, já que o que os suportou em 2021 dificilmente se repetirá.

A agência de ‘rating’ afirmou que os bancos europeus estão agora, genericamente, em melhor forma do que estavam há um ano, os resultados melhoraram em 2021, em grande parte graças a menores provisões para perdas com empréstimos e fortes receitas dos mercados de capitais, reforçando o capital e com liquidez ampla.

Afirmou ainda que os bancos europeus não sofreram deterioração na qualidade dos ativos em 2021, o que atribui em grande parte às medidas de apoio dos governos na crise pandémica.

Para 2022, estima que haverá desafios, desde logo a pressão sobre as receitas, sobretudo sobre margem financeira, já que as taxas de juro deverão continuar baixas (o BCE subir as taxas de juro este ano ainda é considerado pouco provável, apesar da inflação), pelo que prevê que os bancos continuarão a fazer redução de custos. Também admite que haja consolidação bancária em alguns mercados.

LUSA/HN

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