O ‘Jogo das Mãos Tati’ foi o primeiro a ser introduzido no Centro Social Recreativo e Cultural de Pedralva, no concelho de Anadia, e continua a ser o mais popular entre os 33 idosos desta instituição.
Maria Emília Esteves, de 86 anos, divide a mesa de jogo com Deolinda Silva, de 85 anos, e partilham a ansiedade de serem as primeiras a carregar na campainha que conclui a ‘jogada’.
A animadora é Tatiana Pinho, que indica com que mão (esquerda ou direita) devem colocar o copo (virado para cima ou para baixo), em cima da figura que exibe numa carta.
Maria Emília Esteves é quem “acerta mais”, apesar de ter alguma surdez, e nem a máscara consegue abafar as suas gargalhadas.
Na mesma sala, José Areiras percorre apoiado numa bengala o ‘Jogo do Labirinto’, com uma espécie de janelas colocadas no chão, que o obrigam a tentar memorizar um percurso.
“Fartei-me de dar voltas, mas isto é porreiro!”, revela, entusiasmado.
Estes são dois dos quatro jogos do projeto ”Lab Center Agilidades”, que chegou a esta instituição para estimular as funções motoras e cognitivas através da realização de jogos terapêuticos.
Marlene Rosa é a fundadora deste projeto, que começou a ser implementado em junho e tem a duração de um ano.
“É um jogo por trimestre, num total de quatro jogos para um ano. Esta instituição já vai no terceiro jogo”, revelou.
De acordo com a vereadora da Câmara Municipal de Anadia, Jennifer Pereira, o Centro Social Recreativo e Cultural de Pedralva foi uma das 13 IPSS que aderiu a este programa em junho de 2021.
Em setembro de 2021 aderiram mais três IPSS, sendo atualmente 13 – públicas e privadas – as que têm em curso o projeto Agilidades.
“Depois de uma avaliação aos impactos da pandemia nos idosos institucionalizados ou da comunidade, concluiu-se que estes impactos se notavam bastante em termos motores e cognitivos. Este projeto foi-nos apresentado e as instituições manifestaram grande vontade de aderir”, referiu.
A autarquia de Anadia assumiu o investimento de 600 euros por instituição, naquele que é “um dos concelhos do distrito de Aveiro com maior índice de envelhecimento”.
“O valor do investimento não é elevado, atendendo ao âmbito e extensão do projeto, mas para as instituições foi uma mais-valia. Deste projeto chega-nos um balanço muito positivo, com melhoria dos idosos, quer a nível cognitivo como ao nível motor”, apontou Jennifer Pereira.
Já o presidente do Centro Social Recreativo e Cultural de Pedralva, Licínio Simões, considerou que se tratou de uma melhoria para os 33 utentes da instituição, com idades compreendidas entre os 60 e os 95 anos.
“Esta é uma mais-valia para os idosos que estavam mais sentados, pois fá-los levantar, andar e puxar pela cabeça. Como a instituição atravessa algumas dificuldades financeiras, se a Câmara não tivesse pago, se calhar não teríamos capacidade para aderir ao projeto”, concluiu.
LUSA/HN
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