“Só em janeiro e fevereiro, as empresas tiveram um aumento de custos energéticos de 15%. Se se mantiver esse ritmo, resultará num aumento de custos operacionais de cerca de três milhões de euros durante 2022. Atira as empresas para o vermelho”, adiantou à Lusa o presidente da Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA).
Segundo Nuno Flora, este é um setor “extremamente regulado”, cujas margens dependem do preço dos medicamentos que é fixado pelo Estado.
“Há uma grande preocupação do setor da distribuição farmacêutica que, diariamente, anda na rua pelo país todo e que vê os seus custos crescer de forma muito significativa”, adiantou o presidente da ADIFA, que congrega as principais empresas que têm uma quota de mercado de cerca de 94% e que distribuem medicamentos e outros produtos pelas farmácias, hospitais e outras unidades de saúde.
De acordo com Nuno Flora, os custos de transporte representam cerca de um terço dos custos das empresas de distribuição, com os combustíveis a seres responsáveis por uma “grande fatia” desses encargos.
Além das 27 plataformas logísticas, com os inerentes custos energéticos, as empresas do setor estão dispõem de um total de mais de 800 viaturas ligeiras de distribuição, que entregam diariamente mais de um milhão de embalagens aos clientes.
Nuno Flora adiantou ainda que as “preocupações” da ADIFA foram expressas ao Governo esta semana e defendeu que a solução para o aumento dos custos energéticos tem de estar prevista no próximo Orçamento de Estado e no alargamento de benefícios fiscais.
“A partir de um determinado momento, pode deixar de ser uma preocupação e, não querendo entrar em alarmismos, torna-se uma ameaça real às operações das empresas de distribuição e ao normal abastecimento em medicamentos”, referiu.
A associação pretende que estas empresas tenham acesso a benefícios que já existem para outros setores, como o transporte de mercadorias pesadas e os táxis.
“Nesta fase, já ajudava a atenuar este crescimento exponencial de custos”, reconheceu Nuno Flora, ao salientar que os distribuidores farmacêuticos têm margens “muito baixas”, com uma rentabilidade média líquida de 0,4%.
LUSA/HN
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