Em declarações à agência Lusa, o presidente da secção regional do Norte da Ordem dos Médicos (OM), António Araújo, explicou que as entrevistas e as avaliações físicas já tiveram início na segunda-feira e que este apoio é prestado gratuitamente e por voluntários.
“Não podíamos ficar indiferentes a esta calamidade que se abateu sobre a Europa e sobre o povo ucraniano. Juntámos forças: médicos, enfermeiros e diocese [do Porto]”, disse António Araújo.
A assinatura de um protocolo de colaboração entre as três entidades decorreu hoje de manhã.
Em causa estão os ucranianos que venham a ser acolhidos pela diocese do Porto, que disponibilizou 70 camas no Seminário do Bom Pastor, em Ermesinde, no concelho de Valongo, para receber os que estão a fugir do conflito armado na Ucrânia.
António Araújo avançou que o objetivo é “ir prestando o apoio necessário aos refugiados que sejam acolhidos no Porto pela diocese até que estes sejam integrados no Serviço Nacional de Saúde e recebam número de utente”.
“Este apoio não vai ser de um dia. Vamos tentar apoiar ao longo das próximas semanas”, referiu.
Informação remetida à agência Lusa pela secção Norte da OM refere que “sempre que seja possível a continuidade dos cuidados de saúde que os refugiados careçam, será assegurada ‘in loco’ na modalidade de domicílio nas instalações do Seminário Bom Pastor”.
Paralelamente, “sempre que o estado de saúde do refugiado exija cuidados diferenciados, a OM encaminhará o refugiado para o SNS”.
Quanto aos consumíveis médicos e de enfermagem necessários à prestação dos cuidados de saúde no Seminário Bom Pastor, como, por exemplo, medicamentos, material de pequena cirurgia, pensos, seringas, esses serão fornecidos pela diocese do Porto.
A secção Norte da Ordem dos Médicos lançou uma campanha de angariação de voluntários que registou “uma adesão enorme”, com a inscrição de mais de 150 profissionais.
Segundo António Araújo, além da colaboração com a diocese do Porto, está em cima da mesa “a colaboração com qualquer outra entidade oficial que acolha refugiados ucranianos e sinta necessidade de apoio em cuidados de saúde”.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
LUSA/HN
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