“Podemos, de facto, produzir, nós não temos capacidade de produzir lotes em grande quantidade, mas sim situações específicas e pontuais”, explicou à Lusa Manuel Antonio Ramalho da Silva, explicando que, nestes casos, para otimizar a gestão, se recorre primeiro à reserva estratégica do medicamento.
O que se pretende, adiantou, é que tanto medicamentos como dispositivos que fazem parte da reserva estratégia do medicamento, gerida pelo Laboratório Nacional do Medicamento, tenham rotação.
“Pretende-se que tudo o que esteja na reserva tenha uma fase de rotação, ou seja: quando alguém nos solicita algum medicamento ou algum dispositivo médico temos de tentar sempre ver se existe na reserva estratégica para poder fornecer” e depois adquirir para repor, explicou, sublinhando: “assim, estamos sempre a atualizar o prazo de validade dos materiais”.
Como exemplo de solicitações deste género apontou a produção em grande quantidade, durante a pandemia, de álcool-gel, numa altura em que escasseava no mercado.
Contudo, insistiu, qualquer produção tem de ser sempre a pedido e autorizada pelas autoridades de saúde.
“Contamos também com o apoio de outras unidades em termos de armazenamento, como seja a unidade de alojamento e apoio geral de material do exército e com o regimento de transportes para fazer a distribuição (…). Funcionamos em bloco e em equipa e assim conseguimos, de facto, ter um papel importante para o combate à pandemia”, acrescentou.
Reconheceu que estes dois anos representaram “um esforço muito grande” para a equipa do Laboratório Nacional de Medicamento, sempre “em prol do país”: “É isto que é importante salientar. O laboratório nacional está ao serviço do Exército, de facto, é um órgão do Exército, mas está ao serviço das Forças Armadas e do país”.
Sobre a sugestão do bastonário dos farmacêuticos para que o setor da distribuição trabalhe em conjunto com o laboratório nacional na gestão da reserva estratégica de medicamentos, responde: “A ideia faz algum sentido, mas a lógica de trabalho dessas entidades é que pode ser ligeiramente diferente”.
“Nós aqui temos uma reserva estratégica para servir o país, enquanto que os distribuidores têm uma função mais privada, com sentido de lucro, de autofinanciamento, de facto, para abastecer as farmácias”, afirmou.
Nesse aspeto, continuou, “eles podem não ter todos os medicamentos que nós temos, por exemplo, porque nós também temos a rede hospitalar. Os formulários de medicamentos hospitalares são diferentes daqueles que nós temos nas farmácias abertas ao público”.
“Pode haver, de facto, entidades que podem colaborar com o Laboratório Nacional do Medicamento, mas a reserva [estratégica] será sempre constituída aqui”, concluiu.
LUSA/HN
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