Em comunicado, a ZERO refere que os “58 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente” emitidos em 2020 representam uma redução de cerca de 10% (9,5%) em relação a 2019, de 32,9% em relação a 2005, e de 1,6% em relação a 1990, definido como ano base do Protocolo de Quioto e do Acordo de Paris.
“O valor total das emissões considerando a componente florestas totalizou 51 milhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2e), o que representa uma redução de 8,9% face ao ano anterior, uma redução de 32,9% face a 2005 e uma diminuição de 15% face a 2019, sendo o valor mais baixo de emissões líquidas de Portugal desde 1990”, adianta o comunicado.
A ZERO destaca ainda a variação “muito positiva” em termos setoriais, sendo a agricultura a exceção, o único setor com aumento de emissões em 2020 face a 2019.
“O setor das florestas tem apresentado uma grande variabilidade em Portugal. As florestas atuam habitualmente como sumidouro, retirando carbono da atmosfera como aconteceu em 2020, num valor de quase 7 milhões de toneladas de CO2 e, por contraste com o ano de 2017, onde os incêndios conduziram a floresta a atuar de forma substancial como emissor líquido. Estamos, porém, ainda longe do objetivo de sequestro de carbono entre 11 e 13 milhões de toneladas por ano a atingir num cenário de neutralidade climática”, lê-se no comunicado.
Para a ZERO, “é evidente que esta enorme redução dos níveis de emissão foi um reflexo da significativa diminuição de atividade induzida pelas medidas de prevenção e emergência no âmbito da resposta nacional à pandemia de Covid-19”.
“Porém, a tendência de redução desde 2017, incluindo a retirada de produção das centrais térmicas a carvão fortemente poluidoras que começou a ter lugar no ano de 2020 e os investimentos em renováveis podem assegurar uma tendência de redução ao longo dos próximos anos”, defende a associação ambientalista.
A ZERO considera “absolutamente decisivas” nos próximos anos as medidas no setor dos transportes e da eficiência energética dos edifícios para “Portugal conseguir antecipar a neutralidade climática e assegurar uma maior independência energética em linha com a resposta à crise pandémica e às consequências da guerra na Ucrânia”.
LUSA/HN
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