Cerca de 200 doses da vacina experimental rVSV-ZEBOV (aprovada em 2019 nos Estados Unidos e na União Europeia) foram enviadas da cidade de Goma (nordeste) para Mbandaka, capital da província de Equateur, onde o primeiro dos dois casos detetados até agora, ambos mortais, foi confirmado a 23 de abril.
“Com vacinas eficazes disponíveis e a experiência dos profissionais de saúde da RDC na resposta ao Ébola, contamos inverter rapidamente a evolução deste surto para a direção certa”, disse a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, através de uma declaração.
Embora a preparação do país para lidar com a doença seja melhor do que no passado, a OMS alertou na terça-feira para o risco de propagação porque a área afetada está intimamente ligada à capital congolesa, Kinshasa, e aos países vizinhos.
Até agora, pelo menos 233 contactos foram rastreados e estão a ser monitorizados, disse a OMS, enquanto três equipas foram destacadas no terreno para vacinar os contactos de casos confirmados e os seus contactos (numa chamada estratégia de anel).
O paciente que fez soar o alarme para as autoridades, um homem de 31 anos de idade, começou a sangrar persistentemente na quinta-feira passada enquanto era tratado no hospital após apresentar alguns sintomas da doença, tais como dores de cabeça graves e febre, tendo morrido na sexta-feira passada.
O segundo caso foi de uma mulher de 25 anos, cunhada do primeiro falecido, que morreu na segunda-feira, 25 de abril, também em Mbandaka.
Estes são os primeiros casos de Ébola notificados na RDC desde que a OMS anunciou, a 16 de dezembro de 2021, o fim do 13.º e último surto da doença no país, que causou 11 casos e seis mortes na província do nordeste do Kivu do Norte.
De 2018 a 2020, o nordeste da RDC, incluindo as províncias do Kivu Sul, Kivu Norte e Ituri, sofreu o seu pior surto de Ébola, com pelo menos 2.299 mortes, de acordo com os números da OMS.
A doença, descoberta em 1976 na RDC (antigo Zaire), é transmitida por contacto direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infetados.
A febre causa hemorragia grave e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%, enquanto os seus primeiros sintomas são febre alta súbita, fraqueza grave, e dores musculares, na cabeça e garganta, assim como vómitos.
De 2014 a 2016, o Ébola matou cerca de 11.300 pessoas na África Ocidental, incluindo Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa, números que a OMS classifica de conservadores.
LUSA/HN
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