Bruxelas avisa UE para estar preparada para rápidas restrições se necessário

12 de Maio 2022

A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, avisou esta quinta-feira que ainda não é “momento de descontração e de esquecimento” da pandemia de Covid-19, avisando os Estados-membros que têm de estar preparados para reintroduzir rapidamente medidas restritivas, se necessário.

“Este não é um momento de descontração e de esquecimento, é uma altura que devemos aproveitar para estarmos preparados para aumentar a nossa vigilância e, por isso, pedi aos Estados-membros que considerassem uma série de ações para os próximos meses, a fim de desenvolverem a preparação e coordenação da UE [União Europeia]”, declarou a responsável europeia da tutela, no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Intervindo na primeira reunião da comissão especial parlamentar sobre as lições da resposta à pandemia da Covid-19, Stella Kyriakides vincou ser necessário “ter sistemas de vigilância em funcionamento para que, no caso de haver uma nova variante e um aumento súbito nos casos, os Estados-membros possam imediatamente detetá-la e ser capazes de reagir”.

“Precisamos de estar preparados para reintroduzir rapidamente medidas não-farmacêuticas [medidas restritivas]”, insistiu a comissária europeia da Saúde.

E exemplificou: “Se fecharmos todos os centros de vacinação, se tudo o que foi criado for subitamente suspenso e se tivermos uma situação em que precisamos de reagir, será mais difícil pô-lo a funcionar imediatamente”.

Atualmente, cerca de 325 milhões de pessoas na UE estão totalmente vacinadas contra a Covid-19 e perto de 230 milhões receberam uma dose de reforço.

No entanto, “mais de 100 milhões de europeus ainda não estão vacinados ou estão apenas parcialmente vacinados, [pelo que] temos de continuar a comunicar-lhes com as nossas campanhas de vacinação e continuar a abordar as causas da hesitação vacinal com um alcance personalizado ao nível da comunidade”, pediu Stella Kyriakides.

Reconhecendo que a situação epidemiológica da Covid-19 melhorou, já que apesar de haver um número elevado de casos na UE os hospitais não estão sobrecarregados e a mortalidade é baixa, a responsável assumiu que “a situação é, pelo menos de momento, controlável”.

Porém, “o vírus ainda está entre nós, está a circular, a infetar e a sofrer mutações constantes”, razão pela qual “temos de nos preparar para o outono e o inverno e manter as nossas populações mais vulneráveis protegidas”, adiantou Stella Kyriakides.

E concluiu: “Vivemos na era das pandemias. Não sabemos quando virá a próxima crise, mas temos de estar preparados para a enfrentar”.

LUSA/HN

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