A investigação, publicada no “Journal of Nutrition”, analisou dados de quatro mil adultos disponíveis no “Add Health” (estudo longitudinal nacional da Saúde do Adolescente à Saúde do Adulto).
Pessoas entre 24 e 32 anos que afirmaram ter alguma preocupação sobre a falta de alimentos apresentaram maiores taxas de diabetes anos depois, segundo diagnósticos que elas próprias relataram ou confirmados por meio de testes de glicose.
“Quando analisamos os dados 10 anos depois, vemos essa separação na prevalência da diabetes: aqueles que viveram uma situação de risco de insegurança alimentar na idade adulta jovem têm maior probabilidade de ter diabetes na idade adulta intermédia”, explicou a investigadora Cassandra Nguyen, autora principal do estudo.
A insegurança alimentar corresponde à dificuldade em ter uma alimentação adequada, chegando a níveis de privação extrema de comida. Pode ser crónica ou temporária e divide-se em três níveis: leve (quando há incerteza sobre o acesso e qualidade da alimentação, optando por produtos inferiores, ultraprocessados, por exemplo); moderado (os adultos dão prioridade alimentar às crianças da casa e, então, deixam de comer significativamente); grave (privação extrema de alimentos, atingindo também as crianças).
Os investigadores não estabeleceram diretamente quais os motivos para o desenvolvimento de diabetes. No entanto, a insegurança alimentar está associada à alimentação com baixos valores nutricionais, o que pode contribuir para o aparecimento de doenças crónicas.
“Comer de acordo com as diretrizes dietéticas tende a custar mais dinheiro e pode demorar mais tempo a confecionar. Nem sempre é acessível às famílias que têm limitações económicas”, referiu Cassandra Nguyen.
NR/HN/Adelaide Oliveira
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