OMS considera improvável que surto de Monkeypox se transforme em pandemia

30 de Maio 2022

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou esta sgeunda-feira improvável que o surto de infeções pelo vírus Monkeypox se transforme numa pandemia como a Covid-19, apesar do rápido aumento de casos no último mês.

“Não acreditamos que este surto seja o início de uma nova pandemia porque é um vírus já conhecido, temos as ferramentas para controlá-lo e a nossa experiência diz-nos que não é transmitido tão facilmente em humanos como em animais”, adiantou a especialista em varíola da OMS Rosamund Lewis.

Até agora, desde que o Reino Unido reportou o primeiro caso confirmado de Monkeypox em 7 de maio, a OMS recebeu um total de 257 notificações de casos confirmados em laboratório e cerca de 120 suspeitos distribuídos por 23 países.

Segundo anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde, o número de casos confirmados de Monkeypox subiu para 96 em Portugal e todos os infetados se mantêm em acompanhamento clínico e estáveis.

Numa sessão de esclarecimento nas redes sociais da organização, Rosamund Lewis alertou que, embora o risco de representar uma grave emergência de saúde pública seja baixo, a situação é “incomum”, alegando que o vírus está a propagar-se rapidamente em países onde não é endémico.

A perita do programa de emergências de saúde da organização com sede em Genebra instou ainda as autoridades a trabalhar em conjunto com a OMS para implementar as medidas necessárias para ajudar a conter o surto.

De acordo com Rosamund Lewis, dos 257 casos confirmados, nenhum está relacionado com viagens a países onde a doença é endémica na África Central e Ocidental e, por isso, os especialistas continuam a investigar a origem do surto.

Em Portugal, segundo avançou hoje a DGS, a maioria das infeções foram notificadas, até à data, em Lisboa e Vale do Tejo, mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve.

Todas as infeções confirmadas são em homens entre os 20 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos, que se mantêm em acompanhamento clínico.

A DGS aconselha as pessoas que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, a procurar aconselhamento médico.

Reforça ainda as medidas a implementar perante sintomas suspeitos, apelando às pessoas para se absterem de contacto físico direto com outras pessoas e de partilhar vestuário, toalhas, lençóis e objetos pessoais enquanto estiverem presentes as lesões cutâneas, em qualquer estadio, ou outros sintomas.

Os sintomas duram entre duas e quatro semanas, começam com febre, dores de cabeça, dores nas costas, fadiga e progridem para inchaço nos nódulos linfáticos e irritação cutânea.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

UpHill conecta registos de saúde na UE

A empresa portuguesa UpHill lidera o i2X, projeto europeu que conectará dados de saúde de 3 milhões de cidadãos em 12 países da UE. Com €8 milhões de financiamento, a iniciativa visa melhorar a qualidade dos cuidados médicos e a interoperabilidade dos registos eletrónicos.

Renato Nunes: “A Reabilitação Deve Estar na Primeira Linha dos Cuidados de Saúde”

Em entrevista ao HealthNews, Renato Nunes, médico fisiatra e presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, partilha a sua perspetiva sobre o Dia Mundial da Saúde, cujo tema este ano é “Inícios Saudáveis, Futuros Cheios de Esperança”. Renato Nunes aborda a importância da reabilitação médica na promoção do bem-estar e na qualidade de vida dos doentes, destacando a necessidade de uma abordagem integral e atempada nos cuidados de saúde, explorando o papel da reabilitação na recuperação, os desafios enfrentados pelos serviços de saúde e a relevância de políticas públicas que valorizem esta área essencial da medicina.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights