ADPD alerta para dificuldade de acesso a cuidados de saúde nas comunidades migrantes

20 de Junho 2022

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) alertou para as dificuldades que as comunidades de migrantes, refugiados e minorias étnicas com diabetes ainda sentem no acesso aos cuidados de saúde.

No âmbito do Dia Mundial dos Refugiados, que hoje se assinala, a APDP chamou a atenção para os constrangimentos das comunidades migrantes no acesso aos cuidados de saúde. Para aumentar a acessibilidade destas comunidades, a associação desenvolveu o projeto “Aceder Saúde”.

A iniciativa foi distinguida com o Prémio Solidário BPI | Fundação “La Caixa” 2021. O projeto tem como objetivo oferecer “acompanhamento especializado de uma equipa multidisciplinar, contribuindo para a segurança na proteção do contágio pela Covid-19, melhoria do estado de saúde e compensação da diabetes.”

A ADPD explicou que o projeto abrange quatro áreas distintas: assistência remota, assistência presencial, apoio social e educação.

“O aumento e diversificação dos fluxos migratórios trouxeram novos desafios ao nível da saúde pública. Por um lado, os migrantes apresentam diferentes padrões de morbilidade e estado de saúde, e, por outro, dificuldades na utilização dos serviços de saúde, verificando-se a sua subutilização e, consequentemente, a da prevenção das doenças crónicas, mas também a sobre utilização dos serviços de urgência, uma situação que estará relacionada com os vários fatores que influenciam a acessibilidade”, alerta José Manuel Boavida, presidente da APDP.

“As mudanças de estilo de vida resultantes da migração e a aculturação a um sistema de vida diferente são fatores que também afetam o estado de saúde dos migrantes. Exemplo disto são as mudanças no tipo de alimentação, no stress diário, ou até na atividade física/sedentarismo, o que pode levar a problemas de saúde como obesidade ou subnutrição, que prejudicam a saúde e contribuem para o aumento da incidência de doenças como a diabetes”, acrescenta.

Na mesma linha de pensamento, Dulce do Ó, enfermeira coordenadora do projeto alerta que a diabetes “é uma doença crónica que requer cuidados diários e tratamento continuado”, defendendo que “neste momento, é crucial apostar no apoio especializado e multidisciplinar, remoto e presencial, facilitando a articulação com as respostas locais e transmitindo informação relativa às questões da legalização e da integração no SNS e educando estas comunidades”.

A Linha de Apoio da APDP está disponível para os migrantes com diabetes, das 9 às 17 horas, através do número 213 816 161.

PR/HN/VC

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